O ideal para se planejar a recuperação é combinar ao máximo os grupos de espécies com exigências complementares, por exemplo, quanto à necessidade de luz, temperatura, umidade, condições do solo, ritmo de crescimento, sensibilidade química, entre outros indicadores. A condução de todo o plano deve ser pensada visando atingir a fase madura o mais rápido. Um resumo das etapas da recomposição florestal pode ser:
1. Caraterização da área: primeiro deve-se avaliar o banco de sementes do solo, quais espécies presentes e quantidade existente; realizar por amostragens o número de sementes viáveis e de quais espécies. Este procedimento auxiliará na identificação das espécies pioneiras e dos fatores inibidores de germinação tais como luz, água, temperatura, vento. A avaliação deve envolver o entorno da área para obter uma ideia do estado de conservação do ambiente, identificar os centros de dispersão de frutos e sementes. Também serve para saber o nível de degradação da área em relação ao solo, pH, banco de sementes, espécies viáveis no banco, nível da serapilheira e produção de matéria orgânica.
2. Coleta de sementes: a coleta ideal deve explorar a região ecológica e trabalhar com 20 matrizes da população que esteja com frutificação simultânea, visando garantir diversidade genética e minimizar os riscos de endogamia, que é a perda da variabilidade pela reprodução entre parentes próximos.
3. Produção de Mudas: sempre que necessário cultivar mudas em viveiros a partir da germinação de sementes selecionadas. A técnica de semeadura é direta no solo sem a cobertura superficial de matéria orgânica, a fim de evitar fungos, bactérias e sementes de ervas. A adubação básica deve conter 20% de esterco, e de preferência utilizar tubetes.
4. Plantio das Mudas: para o plantio efetivo deve se considerar as seguintes fases: observar a necessidade de subsolagem com máquinas agrícolas, principalmente das áreas de empréstimo; realizar práticas de conservação do solo, tai como curvas de nível e barreiras à erosão; realizar calagem e adubação de acordo com análises de solo; e, preparar o alinhamento e marcação das covas.
4.1 – Disposição das Mudas no Plantio: o conjunto das mudas de espécies pioneiras e definitivas deve ter uma previsão de distribuição quantitativa de 75% de pioneiras e secundárias iniciais e 25% das espécies definitivas, que são as secundárias tardias e climácicas. As espécies pioneiras incluem as típicas e as secundárias iniciais, e as definitivas, incluem as secundárias tardias e as climácicas.
4.2 – Espaçamento: para terrenos planos ou de baixa declividade sugere-se 3.0 x 1,5m e para áreas de maior declividade ou com problemas de erosão pode ser de 2.0 x 2.0m. Nesse espaçamento a quantidade de mudas fica entre 2.222 e 2.500 indivíduos por hectare, respectivamente. A abertura de covas deve ser realizada quando não houver subsolagem, e deve ter no mínimo 40 x 40 x 40 cm, e formato quadrado para facilitar a penetração das raízes no solo.
5. Manutenção: esta fase é fundamental para o sucesso de todo investimento na recuperação e deve ser realizada até o 2º ano. As práticas de manutenção consistem na limpeza seletiva, chamada de coroamento, eliminando as gramíneas e colonião, bem como podas de condução visando formação da copa superior. Deve-se poupar as outras plantas que foram estabelecidas gratuitamente, os arbustos, as plântulas de árvores. Também é necessário o controle das populações de formigas, e realizar a irrigação e adubação sempre que possível.