Ecossistemas

Saiba mais sobre a situação atual dos manguezais

  • Mata Atlântica do Brasil

A Floresta Atlântica é uma típica floresta úmida tropical, representa o segundo maior ecossistema florestal da América do Sul, sendo a Amazônia o primeiro. No entanto, ela apresenta maior biodiversidade arbórea em relação a hileia brasileira. O relevo e a posição geográfica litorânea são os principais fatores que influenciam a caracterização desta floresta tropical.

Sua extensão original percorre do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, sendo a maior floresta contínua em um gradiente latitudinal, de 5º a 30º Sul, o que significa que mesmo com muita possibilidade de variação de condições ambientais, devido às diferentes latitudes que ocupa, ela mantém um corpo florestal contínuo, denominado Domínio Florestal Tropical Atlântico. Ela também possui várias entradas para o interior do país, formando transições com o Cerrado e Caatinga, além de corpos isolados de matas, como refúgios ou redutos florestais, a exemplos dos brejos de altitude.

Ao longo da região que ocupa existem variações significativas no conjunto da paisagem, solo e relevo, resultando em um mosaico de tipos vegetacionais. A mata ocorre desde encostas cristalinas de solo mais fértil, porém raso, até planícies de solo arenosos, profundos, mas pouco férteis. As variações ocorrem principalmente devido ao tipo de solo, encharcado ou não, que formam as florestas paludosas e as de terra firme, raso ou profundo, cristalino ou arenoso, bem como às variações de relevo, tais como, base da montanha, grau de declividade, baixios, chapadas, entre outros. 

A limitação média de altura é 1.500 a 1.700 m e sua extensão chega a atingir a Argentina, pela região dos rios Paraná, Iguaçu e Uruguai. As temperaturas variam de 35º a 36º graus Celsius e a precipitação na faixa dos 2.000 mm anuais.

Esta já representou cerca de 11% do território nacional, mas atualmente está restrita 4% e encontra-se em fragmentos dispersos ao logo de sua cobertura original. O clima varia desde temperados super-úmidos, ao Sul, a tropical úmido e semi-árido pelo Nordeste.

Além das variações de solo e relevo, pode-se observar variações devido a representantes de outros ecossistemas em sua área de ocupação, tais como os campos de altitude, os manguezais, as restingas e até caatinga.

De acordo com as condições ambientais o corpo florestal pode ser mais adensado de árvores, arbustos e herbáceas, enriquecidos com grande número de epífitas, a exemplo das bromélias e orquídeas, em função da umidade elevada e grande circulação de nutrientes devido as características do solo, vendo e proximidade do Oceano Atlântico.

O Pau Brasil, Cesalpinia echinata, é a sua espécie mais conhecida, embora entre as mais raras e difíceis de ser encontrado naturalmente hoje em dia. São estimadas cera de 6 mil plantas endêmicas, específicas da Mata Atlântica, além de animais raros a exemplo do Mico-Leão, Ararinha-azul, Jararaca-ilhoa, entre outros. Dentre as árvores, destacam-se o jequitibá-rosa, o cedro, a figueira mata-pau, os ipês, a braúna, o pau-de-jangada, o angelim, a sucupira, entre outras.

Com base em fatores físicos e biológicos, são reconhecidas como suas variações a floresta litorânea, as matas de araucária, as florestas deciduais e semideciduais interioranas e os ecossistemas associados como restingas, manguezais, florestas costeiras, campos de altitude e encraves de campos, brejos de altitude e transição com cerrados, áreas de ecótonos.

Principais variações:

• Região Ecológica da Floresta Ombrófila Densa (Floresta Pluvial Tropical)

– Aluvial

– Das Terras Baixas

– Submontana

– Montana

– Alto-montana

• Região Ecológica da Floresta Ombrófila Aberta

– Das Terras Baixas

– Submontana

– Montana

• Região Ecológica da Floresta Ombrófila Mista (Floresta das Araucárias)

– Aluvial

– Submontana

– Montana

– Alto-montana

• Região Ecológica da Floresta Estacional Semidecidual (Floresta subcaducifólia)

– Aluvial

– Das Terras Baixas

– Submontana

– Montana

  • Recifes

Os ecossistemas de recifes são formações originadas em corais ou em arenito. As formações recifais são substratos onde se desenvolvem diversas formas de vida. Os recifes coralíneos são formados a partir da concentração de organismos bioconstrutores em mares rasos tropicais. Os recifes de arenito resultam de processos de sedimentação e calcificação nas proximidades das praias e onde os bioconstrutores podem desenvolver recifes coralíneos.

Os corais e as algas calcárias são os principais organismos que definem a construção desses ambientes. Os corais podem ser pétreos, chamados ‘verdadeiros’ e hidrocorais, e os falsos. As algas calcárias podem ser filamentosas, frondosas e crostosas. As principais são as crostosas crescem aderidas à superfície dos recifes e são muitas vezes confundidas com corais, e são chamadas “pedras vivas”.

Muitos corais apresentam intima associação com algas simbiontes, as zooxantelas, importantes para manutenção do recife devido ao mutualismo de alimentação. As algas calcárias representam alimento para peixes, ouriços, moluscos, além de abrigo e substrato para invertebrados, inclusive os próprios corais.

Um dos principais problemas ambientais são as perturbações pela visitação em massa, ancoramento, pisoteio, pesca indiscriminada e desmatamento dos manguezais que ocasiona a sedimentação deixando as águas turvas, o que reduz a luminosidade e fotossíntese. Além disso, há o aquecimento e enriquecimento das águas com excesso de nutrientes, o que tem impactado as populações de algas, e também a estabilidade dos corais.

  • Ilhas

Uma ilha é uma região autodelimitada onde as espécies se originam completamente por imigração de qualquer região do continente. O conceito de ilha para Biologia distingue-se do conceito puramente geográfico, é biogeográfico. Para a biogeografia o número de espécies nas ilhas depende dos fatores que favorecem à imigração ou à extinção. Estes fatores estão principalmente associados ao tamanho da ilha e a distância dela para o continente ou outras ilhas próximas.

A riqueza de espécies das comunidades em ilhas depende do equilíbrio dinâmico entre as taxas de extinção e de imigração, sob influência do tamanho da área e isolamento da ilha. Em síntese, o equilíbrio entre a taxa de colonização e de extinção é o número de espécies que habita uma ilha.

As taxas de extinção são menores em ilhas maiores, pois possui maior número de população. Quanto maior for uma ilha, maior será o número de espécies, porém, se houver uma distância grande da ilha até o continente, menor o número de espécies existentes.

  •  Fernando de Noronha

Fernando de Noronha é um arquipélago vulcânico localizado no Atlântico Sul a cerca de 350 km de Natal, RN, tornado Parque Nacional Marinho em 14 de setembro de 1988, em Pernambuco, com quase 11 mil hectares de extensão. O arquipélago se constitui de um conjunto de montes vulcânicos que se destacam de uma extensa cadeia montanhosa subaquática da região. É composto de 18 pequenas ilhas resultantes de vulcanismo ocorrido há cerca de 12 milhões de anos.

A população é pequena com cerca de 3.000 habitantes, concentrados na ilha principal, dita Fernando de Noronha, onde localiza-se o centro administrativo, a Vila dos Remédios. Há uma população flutuante de turistas e pesquisadores, que frequentemente chegam por navios ou avião. O clima é agradável, embora a pouca água doce, deixe o local frequentemente com aspecto semi-árido. O relevo e as paisagens são atraentes principalmente pelas praias de águas muito limpas, presença regular de golfinhos, tartarugas e muitos peixes, inclusive tubarões.

As correntes são intensas em vários locais, sendo perigosos mesmos para os mergulhadores e navegadores experientes. A infraestrutura para o turismo ainda não é adequada, um dos principais problemas é a escassez de água doce, por exemplo, há falta de estratégias eficientes de coleta de água da chuva. O controle do fluxo de turista é rigoroso, através de cotas e taxas, em função das ameaças a depredação local.

  • Superagui

O Parque Nacional do Superagüi (PNS) foi criado em 25 de abril de 1989, abrangendo área de cerca de 34 mil há, localizado no litoral do Município de Guaraqueçaba, no Estado do Paraná (PR), entre Cananéia, SP, ao norte e Paranaguá, PR, a Sul. Está inserido na Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, que possui extensa cobertura florestal. É formado por quatro ilhas principais, denominadas: Peças, Superagüi, Pinheiro e Pinheirinho e outras menores, situadas em áreas de mangue, bem como por uma parte continental, que abrange o vale do Rio dos Patos. Tem como objetivo de criação a proteção de amostras de ecossistemas como: Floresta Atlântica, restinga, manguezais, praias e dunas. Ecossistemas estes, raros em todo o litoral paranaense por já terem sofrido interferência antrópica. As duas maiores ilhas são: das Peças e do Superagui, onde estão localizadas as comunidades de Vila das Peças, Laranjeiras, Guapicum, Tibicanga e Bertioga e as comunidades de Barra do Superagui, Barbados, Canudal, Vila Fátima e Barra do Ararapira, respectivamente. Todas aquelas localizadas na ilha das Peças estão no entorno do Parque, porém, na ilha do Superagui somente a Barra do Superagui está no entorno, as demais localizam-se dentro dos limites do Parque (Vivekananda, 2001).

  • Santo Aleixo

A Ilha de Santo Aleixo situa-se em mar aberto distando cerca de 2 km a leste de Barra de Sirinhaém, no Município de Sirinhaém, Litoral Sul de Pernambuco. É uma ilha de origem vulcânica com aproximadamente 100 milhões de anos de idade e na qual se destaca a presença de quartzo e feldspato. A Ilha de Santo Aleixo é bem procurada para o turismo em função das enseadas, piscinas naturais de águas límpidas propícias ao mergulho, dentre elas a enseada principal, formada pela antiga cratera do vulcão extinto.

Destacam-se também a presença de espécies exóticas como Casuarina e uma pequena formação de Mangue, que curiosamente se desenvolveu em uma região rochosa, onde costuma acumular água do mar. Para se chegar à ilha deve-se procurar os catamarãs ou barcos menores ancorados em Barra de Sirinhaém, Pontal do Serrambi ou Porto de Galinhas.

  • Restinga

A restinga é um terreno arenoso e salino, próximo ao mar e coberto de plantas herbáceas e arbustivas típicas. Representa um conjunto de comunidades vegetais, com muitas variações na aparência, em função da influência de rios, mares e muito vento. Estas comunidades são distribuídas em forma de mosaico, frequentemente exibindo grande diversidade ecológica, de hábitats. São consideradas comunidades edáficas, aquelas que dependem mais da natureza do solo que do clima.

Os hábitats nestas regiões estão sujeitos à influência de vários fatores ambientais, as marés, ventos, chuvas e ondas, o que faz com que seja uma região dinâmica. Parte da vegetação é considerada pioneira, ou seja, aquelas que colonizam os espaços abertos sem florestas e iniciam sucessão ecológica da vegetação local. É uma região de baixa diversidade de espécies e poucos indicadores de dominância entre as espécies, ou seja, possuem distribuição relativamente equilibrada de proporção entre as espécies.

Conforme caminhamos do litoral para adentrar na Restinga, encontramos os seguintes tipos:

1 – Vegetação de praias e dunas

2 – Vegetação sobre cordões arenosos

3 – Vegetação entre cordões arenosos

4 – Vegetação associada às depressões (brejos)

5 – Floresta baixa de restinga

6 – Floresta alta de restinga

7 – Floresta de transição restinga-encosta

8 – Floresta de encosta (início da Mata Atlântica)

  • Amazônia

A Floresta Amazônica abrange um total de 7 milhões de km2, sendo assim o maior corpo florestal do planeta. A Floresta Amazônica ocupa mais de 40% do Brasil na Região Norte. É a maior formação florestal do planeta, condicionada pelo clima equatorial úmido. Também denominada Hiléia, por Humboldt (1769-1859), naturalista alemão, e Bonpland (1773-1858), naturalista francês.

Sua abrangência inclui a Bacia dos rios Amazonas, Alto Orinoco, Baixo Tocantins, Araguaia, Alto Rio Branco, além da área das Guaianas e parte dos vales andinos, e tem como um dos referenciais geográficos a dispersão de Hevea brasiliensis, conhecida por borracha ou seringueira. Possui grande variedade de formações vegetais, desde as florestas densas até os campos. Os principais tipos florestais ocorrentes em sua área de abrangência são:

o A Mata de Várzea – periodicamente alagada

o A Mata de Terra Firme – com árvores de maior porte

o A mata de Igapó – permanentemente inundada

o Caatingas – áreas secas

A grande planície amazônica originou-se de sedimentos deixados pelo Lago “Belterra”, um lago que ocorreu entre 25 mil e 1,8 milhões de anos, as épocas do Mioceno e Plioceno de nossa Era Cenozoica. Neste tempo, na Cordilheira dos Andes, os rios lá formados desciam e começaram a cavar seus leitos. A partir daí surgiram os três tipos florestais: as florestas montanhosas Andinas, as florestas de terra firme e as florestas fluviais alagadas, de várzeas e igapós.

Na região de Terra Firme, a Amazônia é rica em epífitas, cipós, trepadeiras e palmeiras, nas áreas ribeirinhas, destacam-se o açaí (Euterpe oleracea) e buriti (Mauritia flexuosa). São comuns ocorrerem árvores com raízes respiratórias e sapopemas (raízes de suporte) em função de alagamentos frequentes, pois trata-se de uma região baixa, a planície amazônica.

Muitas espécies são aplicadas das mais variadas formas, a exemplo da borracha (seringueira), alimentos (açaí, guaraná), óleos (andiroba), resinas (breu), madeira (maçaramduba), e fibras (juta e o taruri). Dentre as outras espécies que se destacam temos a castanha-do-pará (Bertholletia excelsa), o angelim-rajado (Pithecolobium racemosum), o cupuaçu (Theobroma grandiflorum), Jacarandá (Dalbergia spruceana).

  • Manguezais

O manguezal é um ecossistema fortemente delimitado pelos fatores físicos do ambiente, tais como salinidade, pouco oxigênio, solo alagadiço (hidromófrico), lamacento e sujeito ao regime das marés. A diversidade espécies, principalmente vegetais, é bem reduzida e adaptada às regiões de estuários e foz dos rios, enquanto para peixes e crustáceos servem de berçário e proteção. Representam um local onde predomina água salobra e locais abrigados da ação direta das ondas.

É um ambiente rico em nutrientes, em função do encontro das águas, e findam concentrados em no fundo onde o solo é entremeado por raízes e material vegetal parcialmente decomposto. Nos estuários, os fundos lodosos são frequentemente entrecortados por vários canais formados pelas marés, chamados gamboas ou igapós, comumente usados pelos animais para os seus deslocamentos entre o mar, os rios e o manguezal.

Na Região Norte as árvores ultrapassam os 20 metros de altura e formam densas florestas de mangue. Na Região Nordeste, o porte é menor e há uma variação conhecida por “mangue seco”, com árvores de pequeno porte em solo muito salino. No Sudeste e Sul também apresentam pequeno porte e são menos extensos em área.

É interessante observar a adaptação muito específica, o que restringe o número de árvores, sendo as principais: o mangue vermelho ou bravo, o mangue branco e o mangue sereiba ou seriuba. Todas possuem suas adaptações para a zona das marés, a exemplo das raízes respiratórias, que abastecem com oxigênio as outras raízes enterradas e diminuem o impacto das ondas da maré, a capacidade de filtrar água salobra e o desenvolvimento das plântulas vinculadas à planta-mãe, as quais são dispersas pela água do mar. Existe ainda a presença de outras espécies, como a samambaia do mangue, a gramínea Spartina, a bromélia Tillandsia, o líquen Usnea, as duas últimas conhecidas como barba de velho e muito semelhantes entre si e o hibisco-da-praia, Hibiscus tiliaceus. Saiba mais sobre a situação atual dos manguezais.

  • Caatinga

É uma vegetação típica do clima semi-árido nordestino, com temperaturas médias anuais variando entre 27ºC e 29ºC. Cobre cerca de 900.000 km2, ou seja, próximo de 10% do território nacional. A irregularidade na distribuição das chuvas é o principal fator que define o clima e caracteriza uma vegetação adaptada à médias anuais de chuvas inferiores aos 800 mm.

Os solos são rasos e localizados logo acima da camada de rocha cristalina, que comumente aflora na região que ocupa. Geralmente são argilosos, férteis, porém com baixo potencial hídrico, dificultando o crescimento das plantas. Os rios são intermitentes e comumente correm em extensas planícies entre os planaltos e montanhas locais.

É uma vegetação xerofítica (adaptada à seca), esclerófila (com folhas rígidas e resistentes), caducifólia (as quais perdem as folhas) e aberta (não atingem alta densidade arbórea). É altamente adaptada para suportar o estresse hídrico negativo. Com a chegada das chuvas as plantas e animais se reproduzem, em proveito da disponibilidade de recursos;

No Ceará e Rio Grande do Norte chegam próximo ao litoral, também há enclaves (redutos) no Sudeste, Rio de Janeiro. Árvores e principalmente arvoretas e arbustos apresentam ramos bem ramificados, lignificados, rígidos. Espinhos e acúleos são frequentes e a maioria das herbáceas e gramíneas só aparecem na época chuvosa. Plantas suculentas são comuns, a exemplo dos cactos, e também se sobressaem as Barrigudas, Faveleiro, Pau-ferro, Aroeira, Baraúna, e outras.

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