A Eco’92 foi um megaevento que reuniu 105 chefes de Estado e 14 mil ONGs; foi a maior reunião já realizada no planeta sobre as questões ambientais, considerado o evento mais importante desde o surgimento do ambientalismo. Os principais problemas ambientais gerais levantados na Eco’92 foram a utilização e os vestígios da energia nuclear, as alterações no clima, a biodiversidade, a poluição, o crescimento populacional, a depleção dos recursos, entre outros. E, a partir, daí foram cobradas atitudes e compromissos globais entre os países e dentro da sociedade civil.
Segundo o organizador desta conferência, Maurice Strong (ex-secretário em Estocolmo, 1972), “apesar dos esforços e acordos, de fato, obtivemos poucos compromissos” “há vinte anos ouvi a mesma coisa e não conseguimos cumprir as propostas de Estocolmo. O problema é que não temos mais vinte anos para desperdiçar”. A Eco’92 não foi um evento isolado, houve um processo histórico de levantamento de informação e reuniões de grupos sociais até que se culminasse na realização desta conferência. Mas, no final do evento, nem todos os países assinaram todas as convenções, os acordos para proteção ambiental.
As convenções sobre alterações climáticas e biodiversidade foram as mais polêmicas, em virtude da repercussão econômica das medidas necessárias à mitigação desses problemas. Os textos da Agenda 21(compromissos e prazos globais para amenizar e solucionar problemas ambientais) ficaram vagos, sem prazos definidos, sem compromissos firmados, além de haver uma ameaça de não dispor de fundos do GEF (Global Environmental Found – Fundo Global para o Ambiente).
Com isso a proposta da Agenda 21 ficou enfraquecida devido a diversas manobras políticas de alguns países para se esquivar da responsabilidade sobre a gerência ambiental, por exemplo a convenção sobre diversidade não foi assinada pelos EUA, em virtude dos interesses sobre patentes. Segundo o Greenpeace, Bush era um “degenerado ambiental”. Na época Bill Clinton fez críticas ao presidente Bush (pai) a respeito dessa posição, acusando-o de “atrasar o progresso mundial rumo a um planeta mais próspero e saudável”, passando em seguida dois mandatos na presidência dos EUA, sem nunca assinar o tratado sobre biodiversidade, mesmo ao lado do ‘ambientalista’ Al Gore.
Apesar desse contexto, alguns compromissos foram conquistados e um dos resultados mais importantes foi estabelecer a questão ambiental, de um modo definitivo, como parâmetro obrigatório para o planejamento e ações governamentais e empresariais. Outro ponto, foi o de estreitar as relações entre os países e de relacionar os diversos setores da sociedade com a questão ambiental. Houve a catálise de uma grande interação social. Ficou evidenciada a necessidade das pessoas se integrarem ao movimento, de se organizarem e definirem novas posturas. A Agenda 21, sem dúvida, fornece uma base teórica fundamental para encarar os problemas ambientais globais, a partir de atitudes locais (municipais).