A preocupação com a degradação ambiental é antiga podemos destacar o final da idade média e início da idade moderna como um marco importante dessa percepção dos problemas ambientais. Neste período da nossa história havia um clima de melancolia na Europa resultante da intensificação das alterações causadas nos ambientes naturais, principalmente a devastação das florestas para expansão da colonização humana para outras áreas e como fonte de combustível para realizar atividades cada vez mais diversificadas.
Segundo o historiador da Ecologia Pascal Acot (1990): “é mais do que perturbador que a mentalidade ecologista hoje dominante tenha aparecido no século XVI e que tenha sobrevivido às formidáveis transformações econômicas, técnicas e culturais dos quatro últimos séculos.”
Alguns pesquisadores apontam a década de 60 como origem do movimento ecológico e que este seria um movimento contra o desenvolvimento industrial desmedido. Porém, retornando mais longe na história da nossa sociedade, percebemos que as alterações ambientais, a expansão urbana e o consumo desmedido dos recursos naturais é algo que acompanha toda a nossa existência.
O período pós-revolução industrial é apenas mais uma fase da exploração desses recursos pela nossa sociedade. De fato, o movimento ecológico tal como conhecemos hoje, trata-se de uma retomada de uma antiga preocupação com a perda de diversos elementos naturais que saíram do convívio com o ser humano, tais como: as florestas, animais, rios, lagoas, entre outros.
Devemos considerar também que na década de 60, o alerta sobre os problemas ambientais ou socioambientais que reacendeu a preocupação com a conservação ecológica, estava integrado a outros movimentos. Por exemplo, movimentos da classe operária, da contracultura (liderados pelos hippies e pelo rock-and-roll), anti-racistas, feministas, entre outros. Tais movimentos sociais representaram um forte chamamento dos diferentes setores da sociedade. Aliado a isso, temos o início da divulgação popular da Ecologia e do conceito de ecossistemas, ressaltando a importância do “equilíbrio ecológico” desses sistemas naturais.
O fato é que, na década de 60, tivemos início de movimentos com outros valores culturais e de referenciais de vida. O efeito conjunto desses movimentos provocou o surgimento de novos valores que priorizaram melhores condições de vida à humanidade e não apenas os problemas do consumismo, sobre-exploração. A solução dos problemas ambientais se engajou na chegada desses novos valores, integrando um movimento mais amplo que exige maior senso de justiça social, reformulação dos critérios de produção e da atuação mais efetiva dos governos junto a sociedade civil para a garantia de melhores condições de vida a todos.