Problemas Ambientais
Na visão tradicional do ambientalismo ou ecologismo, os problemas ambientais são o resultado da ação humana desorganizada e desmedida sobre os sistemas naturais, que promovem algum tipo de poluição ou de alteração na dinâmica, auto-organizada e auto-regulada, desses sistemas.
As alterações no ambiente se estendem desde a introdução de elementos estranhos ao sistema (como exemplos temos sacos plásticos, papéis de bala ou pontas de cigarro jogados ao mar, ao rio, …) até a retirada de alguns elementos da dinâmica natural (exemplo; a eliminação de alguns insetos, pássaros, morcegos ou roedores de uma floresta pode, com o tempo, provocar a eliminação de toda ou quase toda a floresta).
Procurando ampliar mais essa visão de problema ambiental, poderíamos considerar que dentre todos os problemas que poderíamos relacionar, sem dúvida, o principal deles é a ignorância humana, ignorância sobre valores prioritários para nossa própria existência no planeta. Ignorância sobre as relações de interdependência entre nós humanos e as outras espécies sobre a partilha dos recursos que consumimos e do direito à vida.
Os problemas ambientais são problemas sociais, das atividades humanas. Os sistemas naturais são sistemas auto-regulados, auto-suficientes, o sistema social se acopla ao natural formando um sistema maior onde todos vivemos. Portanto, as alterações nos sistemas naturais são reversíveis de acordo com sua escala de tempo que conta em milhões de anos, e eles podem se regenerar e continuar a evoluir. Em relação ao sistema social são as ações humanas que têm o maior poder de decisão. São relações estabelecidas dos humanos entre si e com o ambiente, que têm atingindo níveis extremos de desigualdade e falta de priorização sobre a manutenção da sociedade. A responsabilidade recai sobre nós, mais uma vez. Nem a Topeira faz vista grossa frente as suas tarefas, embora meio cega. Podemos destacar pelo menos estes 15 principais problemas ambientais globais listados em ordem alfabética, a seguir:
- Para conhecer os demais problemas ambientais, consulte a página da listagem completa.
Belicismo
01. Tanto os países de economia submissa como os países de economia hegemônica gastam bilhões de dólares anualmente com a produção de armas. Esse belicismo tem agravado os problemas sociais internos e entre os países, além de contribuir para o tráfico de armas, insegurança nas cidades e a degradação ambiental e social. Esses recursos são desviados de interesses prioritários à manutenção da qualidade de vida humana, tais como: melhorias nas condições de moradia, investimentos em saúde, educação, higiene e gerenciamento e renovação dos recursos naturais.
Isto constitui uma inversão de valores, uma vez que trocamos a segurança pessoal e qualidade de vida; pela segurança fictícia da segurança convencional (territorial) dos países, dos grupos de radicais religiosos, dos grupos extremistas de esquerda, entre outros. Esquecemos que vivemos em condição de interdependência entre os produtos que produzimos e consumimos, entre nós e o meio. Esta inversão de prioridades desvia a atenção para os problemas mais reais que afetam a sobrevivência humana, como os problemas ambientais, os econômicos e os sociais.
Os investimentos em armamentos não só alimentam o nacionalismo, mas também outros “ismos”: elitismo, racismo, terrorismo, banditismo, bairrismo, territorialismo, idiotismo e muitos outros comportamentos sociais, ou melhor, anti-sociais, que distanciam o ser humano dos valores de uma vida social com qualidade. A escassez de recursos naturais tende a aumentar ainda mais os conflitos pelos próprios recursos, pela terra, especialmente, entre países de economia “submissa” que, por sua vez, recebem os subsídios armamentistas dos países de economia hegemônica e formam guerrilhas e outros tipos movimentos armados e campos de refugiados.
Os gastos com armamentos pouco contribuem para a economia de um país e em nada contribuem para o bem estar social. Vale lembrarmos que os armamentos não são bens de consumo. Além dos armamentos pesados as guerras se utilizam de armas químicas e biológicas que, baseadas em princípios do funcionamento do corpo e dos ecossistemas, provocam reações em cadeia de degradação ambiental e aniquilam a produtividade do ambiente ao longo de décadas. Exemplos disso ocorreram no Vietnã, na Etiópia e no Sudão, com perdas no plantio de arroz e desfolição das florestas.
Todas as atividades belicistas são contrárias à manutenção dos sistemas naturais e sociais e deveriam ser boicotadas ao máximo. Dentre todos esses tipos, as guerras nucleares constituem um dos maiores desvios de investimentos humanos prioritários, bem como uma das maiores ameaças aos sistemas naturais. Enfim, o belicismo é contrário à vida humana, portanto, é uma prática indefensável.
Camada de Ozônio
02. A Camada de Ozônio é uma fina camada de gás O3 (ozônio), da espessura da cutícula de nossa unha que filtra a passagem dos raios solares, especialmente os ultravioletas responsáveis pela maior incidência de câncer de pele e de catarata. Esta fina camada resulta do equilíbrio de reações entre o ultravioleta e o oxigênio, formando e quebrando o ozônio. A emissão de gases na atmosfera, principalmente os CFCs que permanecem na atmosfera cerca de 150 anos, ou mais, na atmosfera do planeta e atingem as camadas mais elevadas da atmosfera. Nessas camadas as moléculas do CFC se rompem liberando o cloro que tem forte atração pelo oxigênio e quebram as moléculas de ozônio. Estima-se que cada molécula de cloro quebre 100 mil moléculas de ozônio. O nitrogênio e o gás carbônico apresentam um efeito similar ao cloro, sendo em menor proporção.
Chuva Ácida
03. A Chuva Ácida resulta de uma parte dos gases emitidos na atmosfera pelas atividades humanas, principalmente as usinas termoelétricas, que reagem durante o processo de condensação da água (formação das nuvens) e formam ácidos que caem junto com as chuvas. Esses ácidos chegam a matar animais, desfolhar e matar florestas e até provocar corrosão das construções de concreto e metais.
Os ácidos alteram a composição química dos elementos do solo, prejudicando a absorção de nutrientes pelas plantas, além de também provocares alterações nos lagos e rios. Este problema não está mais restrito aos países “ricos e industrializados”, existe nos países “em desenvolvimento”, além do que os poluentes podem ser originados em um país e a chuva ácida cair em outro, como tem ocorrido na Europa. Essa chuva quando cai em reservatórios de abastecimento de água pode contaminar toda a população dependente dele, pela dissolução dos constituintes dos ácidos.
Consumo de Água
04. O abuso do consumo de água, especialmente nos grandes centros urbanos, tem um reflexo direto nos ambientes associados ao rios ou represas que abastecem as cidades. O tempo gasto para o uso corre muito mais rápido do que o tempo gasto para essa água retornar aos sistemas naturais livre de poluição, pela ciclagem natural.
Além disso, quanto mais consumimos, mais são necessárias as construções de represas, consequentemente, alterações na dinâmica dos ecossistemas de rios, planícies e alagados, inclusive com perdas de espécies. Outras repercussões importantes são os gastos necessários para o aumento da rede de abastecimento que envolve o aumento do consumo de energia. Devemos estar atento ao uso do banheiro e dos jatos para lavagem de carros e calçadas.
Consumo de Energia
05. O Consumo de Energia: O consumo de energia representa um dos principais meios de manutenção dos sistemas, tanto naturais como sociais. Nossa sociedade tem como principais fontes de energia o petróleo, a água, a madeira (lenha), o gás natural, carvão e materiais nucleares. Temos ainda as fontes alternativas (o sol, o vento) que são bem menos poluentes e danosas à saúde humana.
Os sistemas de transformação de energia (usinas) requerem elevados custos para a construção, manutenção e segurança. As falhas na segurança têm causado problemas ambientais graves, tais como os vazamentos de petróleo na baía da Guanabara (RJ) e na bacia do rio Iguaçu (PR), Chernobil (antiga URSS), entre outros. Além disso, o consumo excessivo da energia tem contribuído para os outros problemas ambientais: o aquecimento global, a chuva ácida, o smog (névoa densa com poluentes que, por vezes, encobre as grandes cidades), problemas de mineração entre outros.
As discrepâncias entre os países “desenvolvidos” e “em desenvolvimento” continuam, nos chamados países “desenvolvidos”, o consumo de energia por pessoa é muito maior do que nos “em desenvolvimento”. A principal forma de energia consumida é a energia elétrica, que pode ser obtida pela maioria das fontes naturais, mas é, principalmente, retirada do carvão, dos materiais nucleares e da água.
A crise da energia elétrica tem direta relação com a crise da água, uma vez que é a fonte mais utilizada para a transformação de energia pelas usinas hidrelétricas. Os consumos excessivos de energia são observados em várias situações do nosso cotidiano, começando pelos projetos arquitetônicos de nossas casas. Projetos ambientalmente corretos consideram o potencial da ventilação natural para reduzir o consumo de ar condicionado, ventiladores e outros aparelhos.
Um outro fator negativo, é a manutenção de hábitos desajustados à realidade de escassez de recursos em que vivemos, por exemplo, as luzes do comércio, bancos, escolas, ligadas durante o dia, a falta de investimentos em energia alternativa (solar, eólica), as tradições natalinas “árvores” e enfeites luminosos durante dias seguidos durante o horário de verão (estratégia de redução de consumo), as ‘Las Vegas’ espalhadas pelo mundo, a “agitada vida noturna” consumista dos grandes centros, e muito mais.
Desflorestamento
06. O Desflorestamento: A derrubada de florestas para obter recursos ou a “terra nua” para plantio é uma das atividades humanas mais antigas. Essas atividades continuam a cada ano em um ritmo acelerado, a agricultura e criação de gado convertem milhões de hectares e muitas vezes com incentivos fiscais dos governos. Outros milhões de hectares desaparecem pela extração de madeira que ainda é fonte de recurso para muitos países que precisam importar os bens de consumo que não conseguem produzir.
A madeira é utilizada para a produção de papel, de carvão vegetal e ainda é um dos recursos mais utilizados na construção civil. Existe ainda a influência de grandes projetos destinados à exploração da terra (colonização), exploração de recursos minerais (ouro, bauxita, entre outros), exploração do potencial energético do local (construção de hidrelétricas). Como resultado do desflorestamento temos a extinção de diversas espécies, deslocamento das populações tradicionais e indígenas gerado novos problemas de exclusão social, erosão e perda de solos, assoreamento dos cursos d’água e das represas, mudanças no regime de chuvas e na temperatura e até no clima global.
Efeito Estufa
07. O Efeito Estufa é um efeito que mantém o planeta aquecido sob condições ambientais normais, em virtude da emissão de gases na atmosfera principalmente pela atividade vulcânica, que emitem toneladas de enxofre, cloro e bromo. Esses gases impedem que o calor proveniente da energia solar retorne para as camadas mais altas da atmosfera e se dissipem, reduzindo o calor. A correlação com o efeito estufa é evidenciada, pelo fato de que a maior intensidade do aquecimento global (efeito estufa) ocorreu no início do século onde as atividades tecnológicas humanas e a população eram bem menores. Nessa época os valores de poeira vulcânica que encobria a parte da atmosfera, apresentava níveis elevados devido as grandes erupções do século XIX.
As atividades humanas, principalmente pela queima de florestas e combustíveis fósseis e a industrial, têm contribuído para aumentar ainda mais a temperatura. Os principais gases emitidos são o dióxido de carbono (CO2), os clorofluocarbono (CFCs), o metano, óxidos de nitrogênio e o ozônio (O3). Bilhões de toneladas extras de alguns desses elementos são lançadas na atmosfera anualmente. Estima-se que ao longo do século21 a temperatura possa aumentar cerca de 6° C na superfície terrestre. Várias outros efeitos estão associados ao efeito estufa, tais como aumento de formação de nuvens e precipitação, derretimento das geleiras e elevação do nível dos mares, perdas na produção de alimentos e potencial risco de extinção de espécies.
Escassez de Recursos
08. Os recursos disponíveis a transformação pelo ser humano podem ser classificados em dois tipos, os renováveis e os não renováveis. Os renováveis podem ser sempre repostos (alimentos de origem animal ou vegetal) e os não renováveis que existem em uma quantidade limitada (petróleo, espaço). O crescimento populacional e a crescente transformação de recursos naturais em bens de consumo que servem a propósitos incompatíveis com a capacidade de suporte dos sistemas naturais.
Os recursos minerais são extraídos através de grandes projetos de exploração, por exemplo, as minas de ouro, bauxita, calcário, manganês, e outras. Em geral, a exploração de minério requer elevados investimentos, devastam e expõem extensas áreas de terra, que após o período de exploração raramente têm algum investimento na recuperação ambiental. Além dos impactos da exploração os minerais precisam ser processados (melhoria da qualidade), fundidos e transportados, o que tem causado diversos outros transtornos e muita poluição.
A reciclagem é uma alternativa urgente a fim de mantermos estoques necessários e evitar abertura de novas áreas de exploração. Em geral, os recursos naturais não têm distribuição igual pelo planeta eles podem se concentrar mais em um país do que em outro. No processo de globalização pelo qual passamos, esse aspecto tem sido relevante aos interresses comerciais e as relações internacionais.
Existe uma considerável diferença entre o que se consome nos países mais industrializados e nos ditos em desenvolvimento, ou melhor, os de economia hegemônica e os de economia submissa. Praticamente todo o bem de consumo que desfrutamos hoje resulta da transformação de um recurso natural. Nos sistemas naturais esses recursos voltam a ficar disponíveis aos organismos após a sua utilização, pela atividade da ciclagem da matéria.
No nosso sistema social ainda estamos longe de reciclar e reutilizar ao menos a maioria dos recursos que utilizamos e existe um grande discrepância entre os grupos que consomem em excesso e outros a quem falta o básico para sobrevivência. Por exemplo, os países industrializados representam menos de 25% da população mundial e consomem 75% da energia que transformamos dos sistemas naturais e mais de 70% do aço e combustíveis produzidos e comercializados no planeta. Lembramos também que, diante dos problemas ambientais, os países de economia submissa defendem o seu direito a exploração de recursos sem limites, com a justificativa de que os países de economia hegemônica se utilizaram e poluíram indiscriminadamente até atingirem este status de “desenvolvidos”.
Extinção das Espécies
09. A Extinção de Espécies: Enquanto nossa população aumenta, conduzindo para o máximo a capacidade de suporte do planeta, várias outras populações são extintas em certos locais ou até a população de toda a espécie (extinção definitiva). Por exemplo, somente as áreas tropicais apresentam mais de dois terços (2/3) das espécies do planeta.
Existe uma taxa de extinção natural, que se manter regular ao longo da evolução das espécies, e há uma taxa de extinção pela ação humana que só tem aumentado e muitas espécies foram extintas sem serem conhecidas. A extinção das espécies pode comprometer a existência de várias outras, uma vez que muitas espécies dependem da sobrevivência de outras e outras de certos habitas específicos. Ou seja, quando se extingue uma espécie, por conseqüência várias outras e os seus habitats podem ser extintos, são as chamadas extinções conectadas. Por exemplo, em uma região da Amazônia foi devastada uma grande área e somente foram mantidas as castanheiras (visando a produção de castanha-do-pará). A devastação do componente herbáceo da floresta extinguiu localmente o macho de um tipo de inseto que se alimentava nesta região, a fêmea que se alimentava no estrato superior da floresta (dossel) e era responsável pela polinização da castanheira, diminuiu em número pela ausência de reprodução com os machos já extintos. Consequentemente toda a região não produz mais sequer uma castanha.
Lixos
10. Os Lixos são os restos de materiais de nosso consumo diário. São os refugos, sucatas, entulhos, restos, esgotos, tanto de origem urbana (vilarejos, cidades) como de indústrias, agricultura e pecuária. Em cada cidade existem os “lixões”, geralmente, amontoados e sem processos de seleção prévios, para a reciclagem ou compostagem.
Muitas cidades ou até países já começaram a exportar lixo para locais de economia submissa e sem tecnologias para lidar com o problema. Fala-se até na construção de uma lixeira planetária. Mais uma vez, neste caso, temos um típico comportamento humano imaturo de “varrer o lixo para debaixo do tapete”, ou pior, de “cuspir para cima”, resultando na deficiente política global para o ambiente que dispomos hoje. Os plásticos se espalham pela terra, pelos rios e oceanos, entulhando e transfigurando as paisagens, matando vários animais que não os distinguem de comida, ao modo das tartarugas.
São várias as conseqüências dependendo do tipo de lixo acumulado, tais como o lixo hospitalar (potencial de infeção e até de alimentação ), lixo farmacêutico, lixo agroquímico, lixo atômico (nuclear), lixos tóxicos, de poder corrosivo, de metais pesados, de acumulação na cadeia alimentar. O lixo tóxico vem aumentando sua produção a medida que avança a geração de novos produtos de composição química complexa, bastante incomum aos sistemas naturais e ao organismo humano. Tais substâncias podem ser disseminadas pela água (rios, atmosfera, subsolo e solo). Mesmo as embalagens plásticas mais simples (papéis de balas, doces) podem ser um potencial de intoxicação para os sistemas naturais.
Ainda existe pouco investimento em reciclagem e reutilização dos nossos produtos de consumo. Parece que a sociedade ainda não sabe o que é consumir. Ainda não nos damos conta do valor e da necessidade da reciclagem de matéria, tal como é imprescindível nos ambientes naturais. A reciclagem traz como principais benefícios a redução do consumo de energia, da poluição do ar, na poluição e no uso da água, restos do processo de mineração, entre outros. Além de tudo, são várias, grupos de excluídos ( “famílias”) que recorrem aos lixões como fonte de recursos para sua sobrevivência, “sobrevivência” em piores condições do que quaisquer outros seres vivos nos diferentes habitats.
Perda da Diversidade Cultural
11. Quando se perdem extensas áreas naturais, seja pela transformação em áreas produtivas ou em virtude da expansão urbana, perdem-se juntas várias populações nativas desses locais, sejam indígenas, aborígenes, povos tradicionais, entre outros. Essas populações desenvolveram um saber profundo sobre a dinâmica desses ambientes e a importância das espécies com as quais essas populações têm convivido por séculos.
Muitos dos produtos alimentícios e medicinais que desfrutamos hoje foram frutos da interação dessas populações com o meio. É importante lembrar que a sociedade industrializada que existe hoje, no passado também já foi uma sociedade tradicional cuja interação com os sistemas naturais foi mais intensa e lhe rendeu benefícios diversos. A chamada “pirataria” biológica ou “biopirataria” é um fato que também afeta a vida dessas populações. A “biopirataria” é a procura pelo saber popular dessas culturas a fim de transformá-los em produtos a serem patenteados, principalmente os princípios ativos das espécies para a indústria farmacêutica.
Poluição do Ar
12. A Poluição do Ar é um dos maiores males das grandes cidades hoje em dia. São bilhões de partículas lançadas anualmente pela queima dos combustíveis dos carros e indústrias e pelas queimadas de áreas verdes. Esses poluentes são agentes potenciais de causa do câncer, defeitos genéticos, doenças respiratórias entre outros males. Muitos dos gases que produzem o efeito estufa também são os responsáveis pela poluição nas cidades, os óxidos de enxofre, de carbono e de nitrogênio; além dos clorofluorcarbonos, matérias particuladas, chumbo e hidrocarbonetos.
Poluição do subsolo
13. Além da poluição dos rios e oceanos e considerando o pequeno percentual de água doce que dispomos para o consumo (cerca de 0,6%), 60% deste total nós consumimos do subsolo. Essa água passa pelo filtro do solo e das rochas após décadas de infiltração. Várias substâncias químicas e outros produtos, tais como a gasolina, agrotóxicos, esgoto das fossas, podem se misturar a água e atingir e contaminar o lençol freático. A grande quantidade de água utilizada para irrigação tem ocasionado a infiltração de sais para estes reservatórios subterrâneos.
As alterações nessas reservas do subsolo em geral são irreversíveis, são ambientes isolados (não temos como entrar para limpar), essas reservas levam décadas para a reposição do seu potencial aqüífero. As áreas alagáveis são um dos principais filtros para estes reservatórios, sua vegetação é capaz de absorver os nutrientes em excesso e reter os outros elementos tóxicos, inclusive os metais pesados e pesticidas agrícolas.
Produção de Alimentos
14. A Produção de Alimentos: Uma das maiores crises é a demanda crescente por recursos alimentícios. Com isso crescem as transformações de áreas naturais (campos, florestas, alagados) em pastagens e terras agricultáveis. Além do desmatamento ocorre, também, o aumento da possibilidade de desertificação e erosão do solo. E, também, são necessários o uso da água e energia para irrigação e nutrição dos animais e dos plantios. Consequentemente aumentam os usos de pesticidas, herbicidas, fungicidas, fertilizantes e a contaminação das águas superficiais e do subsolo. Um dos maiores problema é que extensas áreas de florestas, a Amazônia por exemplo, não conseguem manter outro sistema se não a própria floresta que se auto-sustenta através dos processos da ciclagem de matéria e fluxo regular de energia.
As diferenças entre países de economia hegemônica e os de economia submissa continuam sendo reforçadas e agravam outros problemas. Enquanto isso, milhões de pessoas ainda morrem de fome, direta ou indiretamente. E nos países “desenvolvidos” um grande número de pessoas morre por problemas gerados pelo consumo excessivo de alimentos ricos em gordura e açúcares que provocam doenças cardiovasculares, câncer, diabete, obesidade entre outras originadas da alimentação desregrada. Nos países em “desenvolvimento” existe a necessidade crescente de ampliar suas áreas de produção sem quaisquer planejamento, enquanto nos países “desenvolvidos” existe um investimento em fertilizantes químicos e na produção de plantas resistentes, alteradas geneticamente.
Problemas no Ambiente Marinho
15. Os oceanos representam mais de dois terços (2/3) da superfície terrestre. Os oceanos têm um papel destacado na regulação do clima do planeta e que influencia na distribuição do restante dos organismos terrestres. Além do que representam grande parte da diversidade biológica do planeta. O mercado da pesca é um dos mais movimentados em todo o mundo e áreas mais produtivas são as áreas que se encontram sujeitas a maior degradação.
Os estuários e manguezais, os recifes de coral e as áreas de ressurgência na região costeiras são os ambientes marinhos mais ameaçados. Os manguezais e regiões estuarinas são os principais berçários da vida marinha da região costeira; eles têm sofrido alterações devido a poluição dos rios, a especulação imobiliária (devastando e aterrando), assoreamento dos rios, transformação em tanques de cultivo de peixes e crustáceos, entre outros.
Os recifes de corais têm sido alterados, principalmente, pelo escurecimento das águas do mar devido ao lançamento de esgotos, lixos domésticos, resíduos industrias, plásticos e sedimentos (resultantes da erosão de áreas desflorestadas) trazidos pelos rios nas áreas litorâneas. Além disso, a pesca predatória não permite que as populações de peixes e outros frutos do mar renovem seus números de indivíduos.
As alterações na qualidade das águas da região costeira repercutem na dinâmica das populações marinhas, rompendo interações entre espécies, promovendo a redução de outras e, as vezes, a explosão de crescimento de outras, por exemplo, as algas que crescem até o ponto de diminuir a disponibilidade de oxigênio aos outros organismos e também liberar certas substâncias tóxicas matando várias outras espécies e intoxicando os humanos.
Se observarmos bem, a maioria das cidades que conhecemos surgiram e estão estabelecidas nas margens dos rios ou oceanos. O ambiente marinho também tem sofrido com as descargas de esgotos das cidades costeiras e com o derramamento de óleo nos portos, refinarias, poços e navios petroleiros. Como resultado, tem-se observado uma redução drástica na produção de pesca.