Problemas Ambientais (Listagem Completa)

Na listagem abaixo buscamos comentar e discutir, as principais características e interrelações entre os problemas ambientais que afligem a sociedade. Consideramos para a discussão: as causas e consequências, os efeitos diretos e indiretos, a extensão geográfica se local regional ou global, bem como a probabilidade de duração do problema, se curto, médio ou longo prazo. A listagem deverá ser ampliada regularmente, você pode nos enviar sua contribuição, participe!! Embora não desejemos que os problemas aumentem, devemos discutir e agir até que se resolvam.

01. Agrotóxicos.

02. Alteração na Camada de Ozônio.

03. Alterações de pH.

04. Alterações na estrutura das comunidades.

05. Aumento da DBO e DQO.

06. Aumento Turbidez.

07. Ausência de Manejo.

08. Barreiras às Migrações.

09. Belicismo.

10. Biomagnificação.

11. Biopirataria.

12. Chuva Ácida.

13. Concentração de Renda.

14. Construções abandonadas.

15. Consumismo desenfreado.

16. Depósitos de Lixo.

17. Depressão endogâmica.

18. Derretimento das geleiras.

19. Desconectividade entre Comunidades.

20. Desertificação.

21. Desfolhação.

22. Desigualdade Social.

23. Desinformação.

24. Deslocamento de Cinturões de Clima.

25. Desmatamento.

26. Devastação da Mata Ciliar.

27. Disseminação de Patogenias.

28. Disseminação do Esgoto.

29. Drenagem de Alagados.

30. Dust Bowl (tempestades de areia).

31. Efeito Estufa.

32. Elevação do Nível do Mar.

33. Endogamia.

34. Entulho de obras.

35. Erosão.

36. Escassez de Recursos.

37. Eutrofização de Rios e Lagos.

38. Extinção de Espécies Desconhecidas.

39. Extinção de Espécies.

40. Extinções Conectadas.

41. Falta de Água.

42. Falta de Conservação do Solo.

43. Falta de Saneamento.

44. Falta de Tratamento de Lixo.

45. Fome.

46. Formação de Florestas Vazias.

47. Fossas irregulares.

48. Fragmentação de Hábitats.

49. Incremento de Matéria Orgânica.

50. Introdução de Espécies.

51. Lixiviação.

52. Lixo Atômico.

53. Marés Vermelhas.

54. Mercantilismo.

55. Mutação.

56. Perda da Biodiversidade.

57. Perda da Bioestrutura do Solo.

58. Perda da Diversidade Cultural.

59. Perda de Hábitats.

60. Perda de Nutrientes do Solo.

61. Perda do ambiente original.

62. Poluição Aquática.

63. Poluição do Ar.

64. Poluição do Solo.

65. Poluição do Subsolo.

66. Práticas Inadequadas de Irrigação.

67. Queimadas.

68. Redução da Produtividade Primária.

69. Represamentos.

70. Resíduos Industriais.

71. Resistência Cruzada.

72. Restrição de Hábitats.

73. Rompimento das Membranas Biológicas.

74. Ruptura da Dinâmica da Comunidade.

75. Sedimentação e Assoreamento.

76. Smog (névoa poluída).

77. Sobrecaça.

78. Sobrepesca.

79. Supercarnivoria.

80. Superpopulação.

81. Terrorismo.

82. Toxinas.

83. Transmissão de Doenças.

84. Transposição de bacias.

85. Vazamento de óleo e combustíveis.

86.

87.

… contribua com ampliação da discussão e listagem, envie sugestões …

01. Agrotóxicos. É qualquer produto ou substância de origem química ou biológica comumente utilizado na prevenção ou extermínio de populações biológicas indesejáveis aos cultivares agrícolas (chamadas pragas de ervas, insetos, fungos, nematódeos, …) bem como das doenças das culturas agrícolas. Dentre os mais comuns tem-se os fungicidas, herbicidas, inseticidas e pesticidas em geral. Outros termos conhecidos são agroquímicos, defensivos agrícolas, fitossanitário. São problemas consequentes da necessidade de aumento de produção para atender a demanda de consumo da população humana, podem produzir efeitos diretos na saúde humana e dos outros seres vivos, como intoxicações fisiológicas, câncer, ou indiretos, como mutações a longo médio-longo prazos. É um problema ambiental de abrangência local e regional.

02. Alteração da Camada de Ozônio. É a consequência da emissão de certos gases na atmosfera, principalmente os CFCs que permanecem na atmosfera do planeta cerca de 150 anos, ou mais, atingem as camadas mais elevadas da atmosfera. Nessas camadas as moléculas do CFC se rompem liberando o cloro que tem forte atração pelo oxigênio e quebram as moléculas de ozônio. Estima-se que cada molécula de cloro quebre 100 mil moléculas de ozônio. Deve se diferenciar a alteração na Camada de Ozônio do Efeito Estufa, pois são problemas independentes e muitas vezes confundidos e considerados como se fossem o mesmo. O principal efeito direto é o aumento da radiação ultravioleta, capaz de alterar células e tecidos comprometendo o funcionamento dos organismos vivos, dentre outros efeitos indiretos sobre a fisiologia, afetando o crescimento das plantas, câncer de pele em humanos, entre outros. É um problema de abrangência global.

03. Alterações de pH. O termo pH (potencial hidrogeniônico) expressa o grau de acidez ou basicidade de uma solução, ou seja, representa a concentração de íons de hidrogênio em determinada solução. A escala de pH varia de 0 a 14, na qual os valores abaixo de 7 e próximos de zero indicam acidez, enquanto valores de 7 a 14, a basicidade. As alterações do pH têm influência direta sobre os ecossistemas e comunidades aquáticas atuando sobre a fisiologia das diversas espécies. Por isso, a legislação ambiental impõe restrições de faixas de pH que devem ser monitoradas pelos órgãos ambientais ou empresas que emitem efluentes nos diversos corpos d´água. Os critérios de proteção à vida aquática fixam o pH entre 6 e 9 e a melhor maneira para determinação do pH é através do método eletrométrico, o chamado peagâmetro digital. É um problema local nos corpos de água, mas que pode se estender para o âmbito regional, vide o exemplo do rompimento da barragem de Fundão da Samarco, em Mariana, Minas Gerais, Brasil.

04. Alterações na estrutura das comunidades. Uma comunidade ecológica é estruturada, ou organizada, principalmente a partir das relações entre os organismos que a compõe, fauna, flora, fungos, microrganismos, representando os fatores bióticos, e deles com o ambiente físico, fatores abióticos, a exemplo do solo, água e atmosfera. A alteração ou perda de um único elemento causa modificações em todo o restante da comunidade, pois esta estrutura se estabelece como se fosse uma grande Teia, por isso há o termo Teia Ecológica, onde cada elemento ou segmento da teia, contribui para sua estabilidade e funcionamento. Por exemplo, quando a mata nativa é substituída ou convertida em área agrícola, parte da biodiversidade que estrutura a comunidade daquela região é perdida, enquanto que poucas outras são beneficiadas, podendo até se tornarem superpopulosas, daí surgem os termos praga, inço, invasoras, entre outros. É uma consequência do rompimento dos elos da teia de sustentabilidade da comunidade. É um problema local ou até regional, que se estende de curto, a médio e longo prazos.

05. Aumento da DBO e DQO. O Oxigênio é um dos principais elementos para sobrevivência da maioria dos organismos vivos, uma vez que a maior parte dos seres são aeróbicos. A sigla DBO, Demanda Bioquímica de Oxigênio, é utilizada para expressar o quanto de oxigênio é consumido pelos microrganismos que consomem matéria orgânica lançadas nos corpos de água, frequentemente o esgoto. Essa demanda pode ser tão intensa ao ponto de consumir todo o oxigênio dissolvido da água, provocando a morte de organismos aeróbicos cuja respiração é subaquática. A DQO, mede a Demanda Química de Oxigênio, com base no fato de a maioria dos compostos orgânicos sofrerem oxidação pela ação do oxigênio, dessa forma, também contribui para a redução do oxigênio disponível no meio aquático. A vantagem da DQO é o tempo do teste que é realizado em poucas horas, enquanto a DBO é feita no mínimo em 5 dias. Portanto, quando se detecta aumento da DBO ou DQO, significa excesso de matéria orgânica e de organismos decompositores, principalmente fungos e bactérias, e assim ocorre uma baixa significativa no Oxigênio dissolvido na água e comprometimento de toda vida aquática. São indicadores importantes para o monitoramento e manejo dos ecossistemas. É um problema local nos corpos de água, que se estende de curto a médio prazos.

06. Aumento Turbidez. A turbidez é uma consequência do aumento de materiais sólidos em suspensão no meio aquático o qual promove redução na transparência da água, tornando-a mais turva. Naturalmente em períodos de maior precipitação ocorre aumento na turbidez, em função do aporte de material carreado pelas chuvas e escoamento superficial para os corpos d’água. O vento também pode provocar mistura na água, em função da ressuspensão de nutrientes das áreas profundas. No entanto, a maior e principal causa do aumento da turbidez é o desmatamento, que provoca exposição do solo, que facilmente é carreado para água. Além disso, a produção de partículas pelas atividades humanas é sempre crescente, também contribuindo significativamente para esta forma de poluição dos corpos d´água, por exemplo, ocasionando assoreamento e sedimentação. É um problema local que pode se estender a regional, bem como de curto a longo prazo.

07. Ausência de Manejo. Praticamente não há Ecossistema ao logo do Globo que não tenha recebido influência das atividades humanas, portanto, a ausência de manejo das áreas naturais remanescentes é uma omissão da sociedade e constitui também um problema ambiental. O manejo é o gerenciamento mais adequado da área, visando atender às demandas da sociedade humana, bem como os critérios de sustentabilidade do ambiente para suprir tal demanda. É um problema a nível local e regional, mas que de modo generalizado encontra-se em quase todo o Globo.

08. Barreiras às Migrações. Muitas espécies biológicas têm adaptação para migração entre regiões geográficas diferentes. Estas migrações são importantes tanto para manter a sobrevivência nas épocas menos favoráveis do local de origem, bem como para favorecer a reprodução. Isto ocorre tanto no meio aquático quanto terrestre. No meio aquático temos as represas, hidrelétricas e barragens como principais barreiras, enquanto no terrestre, temos rodovias, ferrovias, cidades, dentre outros.

 

09. Belicismo. Ver página dos principais Problemas Ambientais.

10. Biomagnificação. É o aumento da concentração de determinada toxina nos tecidos dos organismos conforme se avança na cadeia alimentar. Por exemplo, um pesticida que aplicado em gramíneas, é concentrado no roedor que dela se alimenta (preá), pois este tende a se alimentar de várias amostras de gramínea. O predador do roedor (cobra) deverá comer um certo número de presas, as quais já possuem concentração de toxina no seu tecido. Portanto, o animal que se alimentar do predador, predador de topo, por exemplo, Gavião, se alimentará da Cobra, que por sua vez já concentrou as toxinas de várias gramíneas, de alguns preás e da cobra, o que o deixa com maior magnitude de intoxicação. Em resumo, a biomagnificação é a bioacumulação de toxinas em uma certa cadeia alimentar de dado ecossistema. É um problema local e regional, que atua no curto e médio prazo, podendo levar a extinções locais.

11. Biopirataria. A Biopirataria é um dos principais efeitos da “guerra” ou “corrida do ouro” da indústria farmacêutica. Consiste na localização, de modo oculto, enganoso, camuflado, de espécies muitas vezes desconhecidas, as quais são transportadas sem autorização legal para centros de pesquisas em países diferentes do local de origem com a finalidade de se desenvolver produtos, principalmente medicamentos, e na sequência patenteá-los. É um problema de curto a longo prazo e atinge todos os ecossistemas do planeta.

12. Chuva Ácida. É um problema de curto a médio prazo, atuando principalmente no nível regional. Ver página dos principais Problemas Ambientais.

13. Concentração de Renda. A concentração de renda se torna um problema ambiental em relação aos dois extremos. Em relação aos mais abonados o nível de consumo extrapola demasiadamente a média planetária, e além de aumentar a exploração de recursos naturais, produz grande quantidade de resíduos para serem administrados e geridos pelo serviço público. É um problema global, que se estende do curto a longo prazo.

14. Construções abandonadas. Tais construções são ambientes apropriados para proliferação de vetores de várias doenças, a exemplo da dengue, leptospirose, parasitoses, dentre outros. Estes locais tendem a se transformarem em depósitos de lixo e acumular água nos diversos destroços espalhados pela área. É um problema de curto a longo prazo dependendo muito da valorização imobiliária do entorno.

15. Consumismo desenfreado. A falta de educação para o consumo, bem como os distúrbios psicológicos associados a gana de gastar, o prazer e satisfação gerados pelo consumismo, tem sido um dos fatores que mais pressionam a exploração e esgotamento dos recursos naturais. A economia assentada na taxa de consumismo pressiona cada vez mais as pessoas a consumirem, tornando-se ao mesmo tempo a causa e solução (fantasiosa) para redução do estresse gerado pela corrida econômica da produção x consumo. Mesmo conscientes de que esta pressão também se associa à inovação tecnológica e democratização dos bens de consumo, conforto e funcionalidade resultante da qualidade crescente dos produtos, devemos encontrar alternativas sadias para o ambiente de modo a conciliar a demanda crescente de matéria prima para o desenvolvimento tecnológico.

16. Depósitos de Lixo. Ver página dos principais Problemas Ambientais.

17. Depressão endogâmica. A depressão endogâmica é a perda de estabilidade e qualidade genética na descendência de determinado população, quando esta já vem passando por um processo de endogamia (cruzamento entre parentes) há algum tempo, ocasionado pelo aparecimento de genes deletérios, prejudiciais e até letais. Por exemplo, as plantas de uma espécie cultivar (milho, girassol, trigo) obtidas por autofecundação (que aumenta a o nível da depressão) apresentam desempenho muito inferior a plantas que se originaram por heterocruzamento e com baixa depressão endogâmica. No entanto, para realizar o melhoramento de aspectos produtivos das plantas, a endogamia tem importância para a fixação genética de certa característica, a qual se torna presente em toda a população. Apesar deste ponto positivo, a depressão endogâmica pode ser considerada um problema ambiental, principalmente em função das perdas de hábitat, isolamento e redução das populações de áreas naturais. Um problema de médio a longo prazo que ocorre local ou regionalmente.

18. Derretimento das geleiras. O derretimento das geleiras é uma consequência do efeito estufa e o qual irá provocar aumento do nível dos oceanos. Um simples aumento no nível dos mares e oceanos compromete sobremaneira as populações naturais e muitos dos recursos pesqueiros. Os principais berçários da vida marinha estão nos manguezais e formações de recifes nas áreas tropicais, com o aumento do nível da água estes ecossistemas alteram suas propriedades e produtividade, comprometendo a sobrevivência das espécies ali viventes. Além disso altera o regime das correntes, comprometendo a distribuição das espécies, de nutrientes e de calor por todo o globo terrestre. É um problema a médio e longo prazo, mas que parece já mostra indícios de seus efeitos atualmente (Ano-base, 2016) em várias partes do planeta.

19. Desconectividade entre Comunidades. As populações naturais frequentemente encontram-se dispersas nas regiões geográficas de seus ecossistemas, e eventualmente há intercâmbio entre seus indivíduos, do ponto de vista reprodutivo e genético. Esses encontros, mesmo que eventuais ao longo do tempo, são importantes para qualificar a variabilidade genética e reduzir a endogamia. Desse modo, quando os ecossistemas são degradados e reduzidos em suas áreas, algo comum de ocorrer devido às expansões urbanas, a conexão e intercâmbio entre as diferentes populações das comunidades fica comprometido. O principal exemplo é originado da fragmentação florestal, que finda por separar várias populações, de plantas, animais, fungos e demais seres vivos. É um problema de curto a médio prazo e tipicamente regional.

20. Desertificação. A desertificação é uma modificação ambiental de origem climática e geomorfológica, a qual se caracteriza pela formação de uma paisagem árida ou desértica, onde anteriormente havia algum ecossistema. Este processo pode ser através da ação humana ou ser natural, no entanto, em ambos os casos, a vegetação é reduzida drasticamente ou mesmo se acaba, seja através do desmatamento ou mudança climática. A partir de tais mudanças, o solo perde, estrutura, nutrientes, propriedades produtivas, sob crescente erosão e lixiviação, até se tornar infértil. É um problema de médio a longo prazo e frequentemente de extensão regional.

21. Desfolhação. É o processo de perda das folhas após aplicação de certos defensivos, denominados agentes desfolhantes. São compostos químicos que ao entrar em contato com plantas causam a queda prematura de suas folhas, a exemplo do Napalm, o qual foi utilizado pelos Estados Unidos da América durante a guerra do Vietnã. Consiste de uma estratégia de guerra para visualizar os inimigos e também acabar com sua produção agrícola, pressionando rendição. O impacto desses agentes é de imediato, e tem abrangência local e regional.

22. Desigualdade Social. A desigualdade social torna-se um problema ambiental não somente em função das diferenças econômicas com implicações nas estratégias de consumo de recursos. Também é uma questão de acesso à informação, em função da qualidade da educação nos diferentes níveis e grupos sociais. As diferenças sociais quanto ao valor dado ao ambiente muitas vezes levam a uma série de problemas encadeados, com por exemplo, maus hábitos de lançar lixo à revelia, lançar a esmo bitucas de cigarro, a especulação imobiliária ao custo do desmatamento em áreas de preservação, a invasão de áreas de proteção ambiental, dentre muitos outros. É um problema de abrangência global, mas que surge com efeito de pequenas atitudes locais, que se estendem a longo prazo.

23. Desinformação. A ignorância quanto as questões ambientais é um problema dos mais crônicos e está dentre os mais antigos, pois desde finais da Idade Média, já se possuía uma percepção de perda das florestas europeias. O nível de consumo a partir na época das Grandes Navegações já era preocupante para parte da população que percebia a degradação crescente dos recursos e dos ambientes de vida e moradia. Até hoje é uma das principais causas de problemas recorrente como a erosão, intoxicação, contaminação, perda da qualidade de água, de solo, dentre muitos outros problemas, aos quais já existem informações bem detalhadas sobre manejo e gestão ambientais de modo a evita-los. É um problema generalizado, global, atuando do curto ao longo prazo.

24. Deslocamento de Cinturões de Clima. Os cinturões de clima são as faixas na atmosfera ao longo do planeta que apresentam certa estabilidade e padrão meteorológico que foi desenvolvido ao longo do tempo. Estes cinturões caracterizam as faixas tropicais, subtropicais, temperadas, cada qual com suas peculiaridades de variação temporal ao longo do ano, em relação à precipitação, umidade, ventos, pressão, dentre outros fatores climáticos. O que tem se observado é o deslocamento mais acentuado destas faixas nas últimas décadas, possivelmente em função de uma combinação de fatores naturais e antrópicos, principalmente, pelo fato de estamos em período interglacial, e emitindo sobrecarga de gases de efeito estufa. É um problema regional e global, atuando de médio a longo prazos.

25. Desmatamento. O desmatamento é um dos problemas mais antigos, comuns e praticamente inevitáveis em muitos casos, pois trata-se de competição por espaço. Na medida em que cresce a população humana, que é tipicamente urbana, há necessidade de espaços para moradia, agricultura, pecuária, sistemas de transporte e abastecimento, e tudo o mais que necessita de espaço para instalação e funcionamento. Há basicamente dois tipos de desmatamento, o corte raso, aquele cujo desmate abarca todos os tipos de plantas existentes no local, e o corte seletivo, aquele que seleciona as espécies de interesse econômico. Ao longo da história, principalmente do Brasil, possivelmente pela praticidade e tempo de execução, o corte raso foi o mais aplicado em nosso território, em especial, a partir da chegada dos europeus. Na prática indígena já existe os dois tipos, porém em escala menor, de subsistência. Para conferir a dimensão da história do Desmatamento no Brasil, vale muito a leitura de: A FERRO E FOGO – A história e a devastação da Mata Atlântica brasileira do historiador Warren Dean, o qual narra em detalhes

26. Devastação da Mata Ciliar. As vegetações ciliares são hábitats bem específicos desenvolvidos e adaptados às margens dos corpos d´água, um local de transição entre o meio aquático e o terrestre. Nesta transição existem condições ambientais peculiares, associadas principalmente a variação da umidade do ar e do solo, e susceptibilidade a inundações, enchentes e enxurradas. Essas vegetações podem ser herbáceas arbustivas e arbóreas. Quando arbóreas são denominadas matas ciliares ou de galeria, e tornaram-se áreas de preservação permanente protegidas pela legislação devido principalmente a função de proteção do corpo d´água dos processos erosivos comuns às margens sujeitas a inundações. É um problema de curto a médio prazo, de extensão local e regional.

27. Disseminação de Patogenias. A disseminação de agentes patogênicos, causadores ou propagadores de doenças e alterações fisiológicas diversas, representam uma das principais consequências dos problemas ambientais. Dentre os principais exemplos temos a expansão das endemias em epidemias e até pandemias, como no caso da Dengue, Chikungunya, Malária, Tifo, Leptospirose, Hepatite, Esquistossomose, entre outras. Essas doenças disseminam-se rapidamente de modo proporcional a degradação ambiental, pois os vetores associados a elas muitas vezes perdem seus hábitats, procurando abrigo e alimento nas áreas urbanas, onde também não têm predadores naturais. É um problema de curto a longo prazo, e de atuação local e regional.

28. Disseminação do Esgoto. O esgoto é um dos principais meios de disseminação de patogenias, pois torna-se um meio de cultura a céu aberto, para muitos dos agentes patogênicos, a exemplos de fungos, bactérias e vírus. O esgoto é um problema secular associado as áreas urbanas e rurais. Os principais coletores de esgoto ao longo dos séculos são os mesmos corpos d´água que garante a sobrevivência das populações humanas, a exemplo dos rios, lagos e mares. Em todos esses ambientes há capacidade de degradação da matéria orgânica lançada, bem como de regeneração do próprio meio aquático. Porém, a velocidade e a quantidade que temos lançado, vem cada vez mais sendo superior a capacidade do ambiente de suportar e regenerar sozinho. Portanto, ainda é um desafio disseminar a cultura do tratamento de esgoto como um investimento prioritário nos estabelecimentos humanos. É um problema que atua no curto e longo prazos e de efeitos locais a regionais, porém cronicamente espalhado por todo o globo.

29. Drenagem de Alagados. A drenagem de alagados é uma prática também muito antiga, uma vez que fora a cultura do arroz e poucos outro cultivares, estão adaptados à condição ambiental dos alagados. Em virtude disso, historicamente estas áreas vêm sendo drenadas a fim de propiciar melhor oxigenação do solo e poder tornar-se área agricultável para as várias outras culturas agrícolas. Houve no Brasil, principalmente na década de 80, um programa Pró-Várzea, que foi responsável pela drenagem de milhares de km2 de áreas alagadas, pois eram consideradas áreas improdutivas. São inúmeros os usos e benefícios das áreas alagadas, no entanto, apenas pela inadequação à maioria dos cultivares agrícolas, estas áreas de perdido e comprometido suas funções ecológicas. É um problema de efeito de médio a longo prazo e de extensão tipicamente local a regional.

30. Dust Bowl (tempestades de areia). São tempestades provocadas pela combinação de seca, erosão e fortes ventos. O pior e mais prolongado desastre ambiental da história ocorreu nos Estados Unidos no final de 1930, chegando a perdurar, repetindo em eventos subsequentes, por quase 10 anos. Foram cerca de 40 milhões de hectares atingidos, área quase do tamanho do estado da Bahia, ou ao tamanho da França ou quase do tamanho da Pensilvânia. Uma das maiores tempestades, a de Maio de 1934, depositou cerca de 12 milhões de toneladas de poeira em Chicago, uma quantidade maior do que a terra retirada para realizar o Canal do Panamá. Algumas das tempestades deixaram suas marcas pelo mar, atingindo navios até cerca de 500 km da costa do Atlântico. Até hoje em dia (Ano-base 2016) há fazendas abandonadas nas regiões atingidas, principalmente nas planícies do Sudeste dos Estados Unidos. No entanto, é um dos maiores exemplos da necessidade de investimentos em práticas de conservação do solo e recuperação de vegetação. É um problema tipicamente regional, com efeitos de curto a longo prazos.

31. Efeito Estufa. Ver página dos principais Problemas Ambientais.

32. Elevação do Nível do Mar. O aumento do nível dos mares e oceanos é uma consequência direta do derretimento das geleiras e aquecimento global (efeito estufa). Além do efeito sobre as áreas de berçário e toda a atividade pesqueira, a elevação das águas provoca inundações, por estar associada com o aumento de temperatura e taxas de evaporação, recaindo sobre a quantidade de chuvas por todo o planeta. No século 20 o aumento foi de 14 centímetros, bem superior as oscilações médias desde 2 milênios passados, de quando se tem dados para comparação, que fica em torno de 7 a 8 cm. Há uma estimativa que no século 21 este aumento possa atingir próximo a 1 metro, o que pode causar uma série de transtornos, uma vez que as concentrações urbanas se distribuem pelo litoral. É um problema global cujo efeito estende-se de médio a longo prazo e de difícil reversão.

33. Endogamia. A endogamia expressa a tendência de cruzamento entre parentes próximos em função da redução e / ou isolamento de certa população. A endogamia é um dos principais efeitos da fragmentação de hábitats, que finda por separar e até isolar os grupos de indivíduos de uma população. A endogamia associa-se diretamente a perda de variabilidade genética, fator essencial para manter sadia a sobrevivência e perpetuação de uma espécie. É o primeiro passo para a depressão endogâmica. Apesar deste aspecto, é um recurso amplamente utilizado na manipulação genética, por vezes chamada de melhoramento genético, na formação de raças ou variedades de interesse econômico, seja de plantas, animais, fungos ou quaisquer outro ser vivo, pois aumente as chances de determinada característica ser herdada pelas novas gerações. Deve-se considerar que cada espécie pode ser mais suscetível ou não aos efeitos do cruzamento endogâmico.

34. Entulho de obras. Entulhos de obras fazem parte dos resíduos mais comuns produzidos pelas construções, reformas e demolições. Em geral, estes entulhos são descartados misturados, ou seja, tijolos, metais, louça, vidro, dentre outros materiais que podem ser reciclados no caso de se conseguir separá-los. Quando lançados a esmo no ambiente tornam-se potenciais meio de proliferação de vetores de doenças que afetam a saúde pública, a exemplo da Dengue, Leptospirose, Leishmaniose, dentre outras.

35. Erosão. A erosão é o desprendimento de partes do solo pela ação da água ou do vento. Geralmente acontece em locais onde houve a retirada da vegetação, seja pela ação de fenômenos da natureza ou do ser humano. Dentre as causas naturais temos as chuvas e o vento como principais. A água provoca deslocamento de terra, deslizamentos e instabilidades nos terrenos devido as infiltrações. Os ventos junto com variações na temperatura provocam a dispersão das partículas do solo, e também contribuem para remoção da umidade que ajuda manter estas partículas agregadas. Catástrofes ambientas, incluindo vulcões, tsunamis, enxurradas, tempestades, furacões afetam sobremaneira o estado de estabilidade do solo provocando fortes efeitos erosivos. No entanto, no cotidiano, as principais causas da erosão são de fato as atividades humanas, pois somos uma espécie tipicamente terrestre e necessitamos de espaço para todas as atividades de sobrevivência: moradias, transporte, trabalho, comércio, indústria, tudo envolve ocupação de espaço, o que significa alterar as condições do solo locais. Dentre os principais efeitos disto, temos a impermeabilização do solo, aumento do volume e velocidade da água superficial, retirada da vegetação, extração de terra e minerais, assoreamento dos rios e lagos, dentre outros. Por isso é comum vermos nos noticiários os problemas de deslizamentos de terra em regiões habitadas, soterramento de casas, fechamento de rodovias, ferrovias e muitos outros problemas associados.

36. Escassez de Recursos. Ver página dos principais Problemas Ambientais.

37. Eutrofização de Rios e Lagos. Eutrofização é uma forma de poluição de corpos d´água, principalmente em função da descarga excessiva de nutrientes e sedimentos. Em geral, as águas eutrofizadas apresentam coloração turva e expressam baixo nível de oxigênio dissolvido, o que leva como um dos principais efeitos a morte de muitos organismos, inclusive das próprias algas responsáveis pela liberação do O2. Por ser um problema que interfere na base da cadeia alimentar, que é a produtividade da fotossíntese das algas, tem um efeito cascata sobre todo o ecossistema eutrofizado e sobre quem se utiliza dele, seja o ser humano ou outro ser vivo. A principal causa da eutrofização é o enriquecimento das águas pelo fósforo e o nitrogênio, que pode se originar de descargas naturais ou antrópicas, seja no ambiente de água doce, águas marinhas e até nas águas subterrâneas. Os principais efeitos ao a Anoxia (falta de oxigênio – aumento da DBO e DQO), provocando a– mortalidade de peixe e liberação de gases tóxicos; Florescimento de algas e crescimento não controlado de plantas aquáticas; Produção de toxinas, por algumas algas tóxicas, a exemplo das cianobactérias (cianotoxinas); Altas concentrações e matéria orgânica, que se tratadas com cloro geram substâncias carcinogênicas; Perda dos valores recreacionais, devido à baixa transparência; Diminuição dos espaços voltados para a pesca, comercial ou esportiva; Proliferação excessiva de plantas às margens dos corpos d´água; Alteração da composição de espécies de peixes – diminuição do valor comercial pela contaminação; Redução da capacidade de renovação dos corpos d´água, pela diminuição da concentração de oxigênio nas camadas mais profundas; Diminuição do estoque de peixes devido a concentração baixa de O2 e Efeitos na saúde da população do entorno, seja direto ou indireto.

38. Extinção de Espécies Desconhecidas. Diferenciamos a importância da extinção das espécies desconhecidas simplesmente para destacar o grau de importância deste impacto, pois não temos como estimar e dimensionar o prejuízo causado pela perda de um patrimônio que não chegamos a conhecer. Sabemos que as espécies de um modo geral são aplicadas e utilizada nas mais variadas formas: na indústria farmacêutica, alimentícia, na saúde, na construção, ornamentação, e em cada setor nas mil e uma utilidades. Sendo assim, quando perdemos algo que poderia ter uma aplicação nova, principalmente na saúde ou alimentação, temos aí um prejuízo incalculável. Este é um típico problema local, mas extensível ao âmbito regional e global, com repercussões de curto a longo prazos.

39. Extinção de Espécies. Ver página dos principais Problemas Ambientais.

40. Extinções Conectadas. Extinções conectadas ocorrem quando uma determinada espécie-chave entra em processo de extinção local ou definitiva em todo planeta. Neste processo, em função da importância da espécie extinta para as demais, algumas das espécies constituintes da comunidade de seres vivos começam a definhar suas populações e finda por entrar em processo de extinção. Este conceito surgiu em função de um exemplo ocorrido no Sudeste Asiático, onde uma importante fruta começou a declinar sua produção prejudicando vários animais dependentes dela como fonte de alimentação. Ao ser pesquisada a situação, descobriu-se que o fenômeno ocorria em função da especulação imobiliária no litoral que estava reduzindo as populações de morcegos que viviam em cavernas próximo ao litoral. A redução da população de morcegos afetou diretamente a produção do Durian, pois os morcegos eram seus principais polinizadores.

41. Falta de Água. O problema da falta de água não está somente associado ao consumo excessivo e crescente do ser humano ou ao desperdício associado, mas também está relacionado aos impactos ambientais sobre os corpos d´água, a exemplo do lançamento de esgoto e efluentes industriais, bem como sobre a vegetação associada estes corpos (mananciais) que além de protege-los fornece a umidade necessária para manter o equilíbrio e regularidade no regime das chuvas, além de tudo isso, todos os problemas relativos à poluição dos solos e do ar também finda recaindo sobre o meio aquático, seja pelo escoamento superficial ou pela precipitação (chuvas ácidas, por exemplo).

42. Falta de Conservação do Solo. Todo solo apresenta 2 conjuntos de propriedades: físicas e químicas. As práticas inadequadas de uso e ocupação do solo, seja na área agrícola ou urbana, produz alterações que comprometem a manutenção da principal função do solo, que é a sustentação dos seres e atividades humanas. Alterações nas propriedades físicas resultam principalmente da exposição do solo a agentes mecânicos, tais como o vento, a água corrente, pisoteio, entre outras. A física do solo diz respeito principalmente ao tipo de composição das partículas (se mais finas ou mais grossas) e como estas partículas se agrupam e mantém o solo estável. Por outro lado, as propriedades químicas dizem respeito as características de composição de elementos químicos (N, P, O2, entre outros), bem como dos efeitos que a presença destes elementos pode gerar, por exemplo, alterando a acidez (pH). A falta de conservação do solo tem como principais efeitos a perda de nutrientes e da estabilidade no ambiente que ocupa.

43. Falta de Saneamento. O saneamento é o conjunto de condições urbanas essenciais para a preservação da saúde pública, em especial em relação às águas, esgotos, poluição ou qualquer impacto e interferências no consumo de água. Falta de saneamento significa que a trajetória da água, desde sua captação, passando pelo consumo, até a eliminação das águas residuais, fica comprometida, recaindo sobre o próprio ambiente a “tarefa” de absorver os efeitos do mau uso da água pela sociedade humana. É um problema que além de afetar o ambiente no entorno das moradias e instalações, compromete a saúde da população. É um problema de extensão local e efeitos de curto a longo prazos.

44. Falta de Tratamento de Lixo. Ver página dos principais Problemas Ambientais.

45. Fome. A Fome constitui uma das principais causas de problemas ambientais locais, pois nenhum ser humano tem condições de pensar em cuidar do ambiente se está passando por fome, desnutrição ou carência alimentar. O instinto de preservação pessoal fala mais alto primeiro, e a pessoa vai buscar suprir suas necessidades do modo que lhe for possível. É um típico exemplo de que os problemas ambientais estão intrinsecamente ligados aos problemas sociais. A própria falta de água e alimentos por si só já representam um problema ambiental, que pode ter origem nas atividades humanas (políticas, industriais, …) ou em alterações ambientais naturais. É um problema de extensão global, atingindo distintas regiões e condições ambientais e seus efeitos são de curto a longo prazos.

46. Formação de Florestas Vazias. Florestas Vazias ocorrem quando as populações de animais não conseguem sobreviver mais naquele ambiente em função da perda de qualidade do hábitat. As alterações nas condições do ambiente prejudicam o crescimento e sobrevivência das plantas. Com isto as plantas reduzem a capacidade de floração e frutificação, os dois principais mecanismos de nutrição para muitos animais, sejam eles vertebrados ou invertebrados. As plantas em um ambiente de baixa qualidade também comprometem sua sobrevivência em função da invasão de espécies oportunistas, a exemplo de fungos, bactérias, e mesmo animais parasitas que se aproveitam da fraqueza dos tecidos vegetais. Todo este enfraquecimento da vegetação compromete diretamente a sobrevivência dos animais ali instalados, os quais começam a ter suas populações reduzidas, por falta de recursos ou por migração em busca de melhores locais. Neste estágio é que a Floresta começa a definhar, esvaziar-se, e finda por abrigar as espécies mais resistentes ou oportunistas. É um problema de médio a longo prazo, e de atuação em escala local e regional.

47. Fossas irregulares. Fossas irregulares (“fossa negra”) consistem basicamente de uma escavação sem revestimento, onde são depositados restos e dejetos humanos. Este sistema evita o esgoto a céu aberto, mas não possui nenhum tipo de separação ou filtragem e os dejetos findam se disseminando pelo solo e lençol freático, contaminando diretamente as águas subterrâneas. A melhor alternativa para os locais que não possuem coleta de esgoto para tratamento via rede pública, é instalar uma unidade de tratamento residencial (miniestações de tratamento) ou, em segunda opção, instalar a fossa séptica, que ao menos garante maior isolamento do esgoto e início de seu tratamento por um processo anaeróbico. É um problema local, porém com extensão regional em função dos usos abusivos principalmente em áreas de ocupação irregulares. Tal problema pode tem efeito imediato na contaminação das águas subterrâneas e se estender a longo prazo.

48. Fragmentação de Hábitats. A fragmentação de habitats é um dos efeitos dos desmatamentos quando ocorre o recorte das áreas florestadas deixando apenas algumas áreas remanescentes de bosques. Boa parte dos danos às espécies são irreversíveis, dentre eles o declínio das populações, o qual se relaciona ao endemismo, erosão genética, depressão endogâmica, isolamento de populações, redução dos recursos disponíveis, extinção local, esvaziamento das florestas, intensificação do efeito de borda, erosão, queda na polinização e disseminação de sementes, dentre outros fatores que reduzem a diversidade biológica. É um problema local e regional, atuando no curto e longo prazos.

49. Incremento de Matéria Orgânica. A quantidade de lançamento de matéria orgânica no ambiente é prejudicial tanto no meio aquático quanto terrestre. No meio aquático relaciona-se diretamente à Eutrofização, aumento da DBO e DQO, Redução do Oxigênio dissolvido, Superpopulações de algas e invertebrados, bactérias, dentre outros fatores de impacto. No meio terrestre o excesso de matéria orgânica pode favorecer a proliferação de vetores de doenças, a exemplo da Leishmaniose. Nesta parasitose, o mosquito flebótomo, flebotomíneos tem como hábitat preferido os locais com muito matéria orgânica, sendo ele, o responsável pela transmissão do agente infeccioso, a Leishmania.

50. Introdução de Espécies. A introdução de espécies em hábitats diferentes do original é um dos principais problemas de perda das espécies nativas. O estabelecimento de uma população exótica pode elevar a competição a tal nível que supere o potencial reprodutivo da espécie nativa, levando a sua exclusão do local. Não somente o ser humano dissemina espécies entre os ecossistemas, regiões geográficas ou continentes, muitos animais e fatores físicos também o fazem, a exemplo dos fortes ventos, tornados, tsunamis, entre outros. No entanto, é a espécie humana a maior responsável pela distribuição de espécies invasoras pelos diversos hábitats do mundo. Sendo assim é necessário consultar especialistas na hora de plantar ou cuidar de determinada espécie.

51. Lixiviação. Lixiviação é a perda de elementos estruturais do solo, a exemplo das partículas, nutrientes, matéria orgânica, para as regiões mais inferiores das camadas dos solos, tornando-os indisponíveis para a vegetação. A lixiviação é um dos efeitos dos desmatamentos e exposição dos solos às intempéries do ambiente. Ela será a principal responsável pela redução da fertilidade dos solos e consequente baixa na produtividade agrícola e florestal. É um típico problema que origina um ciclo de degradação, principalmente em áreas abandonadas, sem manejo de solo ou vegetação. O ciclo danos ambientais inicia com o enfraquecimento da estrutura física, química e biológica do solo, e um solo fraco, não consegue sustentar uma vegetação forte, e assim sucessivamente: quanto mais fraco o solo, mais fraca a vegetação e qualidade do hábitat. É um problema local, e que se estende desde o curto ao médio prazo.

52. Lixo Atômico. O lixo atômico ou nuclear é um dos problemas ambientais mais difíceis de resolver por 2 motivos: o alto risco de contaminação do ambiente envolta, em função da radioatividade; e pelo fato de o lixo ter que ser guardado acumulado a longuíssimo prazo, décadas, séculos ou milênios de isolamento. As principais fontes são as usinas nucleares e atividades da medicina nuclear. Além dos problemas ambientais diretos, aumentando os riscos de câncer e teratogenias (má-formação de fetos), estes resíduos causam incidentes diplomáticos entre cidades, estados e países, pelo simples motivo de: quem gostaria de ter lixo atômico armazenado em seu território? Os locais de armazenamento esterilizam os outros usos possíveis em sua vizinhança, traduzindo-se em um problema social e político grave. É um problema local e regional, por vezes tornando-se global, em função das possibilidades das guerras nucleares. Traz transtornos a curto e longo prazos.

53. Marés Vermelhas. Marés Vermelhas, ou Pardas, ou de outras cores, são explosões de superpopulações de algas ou protozoários em função da alta disponibilidade de nutrientes do meio. Uma combinação de fatores, além dos nutrientes, correntes, ventos, horário, faz com que esses organismos se reproduzam em excesso, como consequência imediata produzem toxinas como forma de regular a competição no ambiente. Pode ter uma origem facilitada pelas condições naturais do meio ou em função das atividades humanas que aumentam a disponibilidade de nutrientes para o meio aquático. As toxinas geradas pelo “bloom” (explosão) da população podem levar a mortandade de peixes, crustáceos, moluscos dentre outros organismos aquáticos, bem como daqueles que fazem parte de sua cadeia alimentar, a exemplo de aves e do próprio ser humano. As toxinas também são disseminadas pelo ar e chegam a provocar problemas respiratórios e intoxicações em áreas residenciais litorâneas. É um problema local, com efeitos no curo a médio prazo.

54. Mercantilismo. O mercantilismo no sentido da mercantilagem, é o processo pelo qual existe a propensão a sujeitar ou subordinar qualquer questão ao interesse comercial, ao lucro e às vantagens financeiras. No contexto aqui, a ética para com os seres vivos, as condições do ambiente e mesmo as outras comunidades humanas não beneficiárias dos negócios mercantis arcam com os prejuízos. Esse caso é amplamente ilustrado pela especulação imobiliária que atinge o litoral do Brasil, onde as áreas de restingas, manguezais e estuarinas, que realizam inúmeras funções ecológicas de manutenção da biodiversidade e equilíbrio das condições ambientais são impactadas e alteradas sem o menor controle. É um problema crônico, principalmente em função das necessidades crescentes da população humana ainda em crescimento de número. Desse modo é um problema global, que se estende do curto ao longo prazo.

55. Mutação. A mutação é qualquer modificação na sequência dos constituintes principais (nucleotídeos) que formam os genes do DNA ao longo das gerações de uma população que se sucedem uma a outra. É uma forma natural de se produzir genes novos, sem intervenção humana direta. Ela também é imprecisa, pois não se sabe quais constituintes irão sofrer alteração, podendo ser benéficas ou tornarem-se deletérias, vai depender de qual será o ambiente onde a característica mutante vai atuar. Portanto, tal característica poderá ajudar a espécie a se adaptar ou até leva-la a extinção. Um exemplo natural é a taxa de mutação para o nanismo, no qual os genes responsáveis pela Acondroplasia ocorrem a uma taxa de 1 para cada 10.000 gametas. Em outro caso, o gene para a resistência da bactéria Escherichia coli para o antibiótico Estreptomicina é de 1/2.5 bilhões de células, ou seja, bem mais difícil de ocorrer do que o nanismo. De modo geral, para cada criança humana nascida, surge, em média, 2 novas mutações. Em função do uso de toxinas, drogas, dentre outras substâncias mutagênicas que permeiam medicamentos, alimentos, as taxas naturais podem aumentar significativamente. Os principais efeitos das mutações são as alterações nas taxas reprodutivas das populações, na estruturação orgânica dos seres, sua fisiologia, além da adaptabilidade ao ambiente. A combinação de fatores pode levar ao aparecimento de espécies altamente invasoras e nocivas às demais, bem como ao desaparecimento de espécies desconhecidas. É um problema global, de extensão no curto e longo prazos.

56. Perda da Biodiversidade. A perda da biodiversidade é um resultado de uma cadeia de problemas, bióticos ou abióticos, ao mesmo tempo em que contribui para aumentar esta reação em cadeia de desequilíbrios ambientais. Todos os problemas relatados nesta listagem contribuem para a perda da biodiversidade, porém dentre eles se destacam a perda e fragmentação de hábitats e a disseminação de espécies invasoras. A perda da diversidade não se resume a extinção das espécies, este é um dos problemas associados. Além deste, temos o esvaziamento das florestas, comprometimento dos corpos d´água e do solo, redução da produtividade agrícola, pesqueira, dentre muitos outros. Desse modo a perda da biodiversidade é o problema central dentre todos os listados, pois é a estrutura e dinâmica de funcionamento dos Ecossistemas que mantêm todo mundo vivo neste planeta. Sem biodiversidade não há Ecossistemas, não há Biosfera, não há lugar para ninguém sobreviver por aqui.

57. Perda da Bioestrutura do Solo. A Bioestrutura do Solo corresponde a parte biótica que compõe o substrato terrestre, o conjunto dos microrganismos e macrorganismos que vive no meio intersticial da terra. Quando ocorre exposição do solo às intempéries, variações de temperatura e umidade, além da aplicação de agrotóxicos por exemplo, ocorre o desaparecimento destes organismos. Mesmo que não os notemos, as funções deles são essenciais, pois realizam o trabalho de decomposição da matéria orgânica do solo, liberando minerais, e também fazem e refazem trajetos pelo interior do solo deixando-o mais arejado e por meio do qual circulará mais oxigênio. Ao perdermos estes organismos as propriedades de fertilidade e aeração se degradam recaindo sobre a produtividade final, bem como redução do tempo de uso da terra agricultável. É um problema local e regional, estendendo-se do médio ao longo prazo.

58. Perda da Diversidade Cultural. Ver página sobre os Principais Problemas Ambientais.

59. Perda de Hábitats. O hábitat é o lugar ou posição física onde um organismo vive, durante a maior parte do seu tempo, e no qual partilha espaço com os vizinhos. Em geral existe uma forma de vegetação dominante ou aspecto físico do ambiente que seja peculiar, a exemplo das dunas de areia. No entanto, na prática ou no campo, a maioria dos habitats estão interligados uns aos outros. Cada espécie tem suas preferências por hábitats, e desse modo, quanto mais hábitats diferenciados, maior será a biodiversidade, eis uns dos principais motivos que explicam a grande diversidade nos trópicos. Dentre as várias caudas da perda de hábitats, destacam-se o desmatamento e conversão em áreas de agropecuária ou expansão urbana; queimadas; contaminação e poluição de modo geral. É um problema de curto a longo prazos de extensão global.

60. Perda de Nutrientes do Solo. Este é um dos principais problemas associado tanto ao meio terrestre quanto ao meio aquático, uma vez que, boa parte dos nutrientes que são perdidos pela falta de práticas de conservação do solo, e mesmo a sobre-exploração dos ambientes, vai parar no meio aquático. Esses nutrientes são carreados em função da lixiviação e erosão e ao chegarem nos corpos d´água contribuem para eutrofização do ambiente e os problemas associados, a exemplo da falta de oxigênio, mortandade de peixe, dentre outros. É um problema local, mas cujos efeitos tornam-se regionais, em função da ampliação do problema para o meio aquático, e sua extensão vai do curto a médio prazo, dependendo das práticas de recuperação das áreas afetadas.

61. Perda do ambiente original. A perda dos ecossistemas originais torna-se um problema pois é ali que está depositada a reserva de biodiversidade, seja específica ou genética, sem a qual não podemos recorrer para desenvolver novos cultivares, por exemplo. Só no ambiente original de um ecossistema é que encontramos a plenitude da biodiversidade e condições ambientais originais nas quais as espécies evoluíram. A descaracterização desses ambientes pode ser tanto em relação à estrutura, quanto ao funcionamento, ou seja, pode se perder espécies e/ou as funções que elas exercem naquela comunidade, a exemplo de polinização das flores, dispersão de frutos e sementes, predação, competição, dentre muitas outras. É um problema tipicamente regional, e do qual ocorrem efeitos de curto a longo prazos.

62. Poluição Aquática. A poluição aquática é um dos problemas que mais afetam a sociedade, pois além de ser um recurso essencial a sobrevivência, a água é um recurso não-renovável, ou seja, sua quantidade é limitada. Apesar da boa capacidade de regeneração (autodepuração), os corpos d´água levam um bom tempo para se recuperarem e para isto requer alto investimento, de acordo com os tipos de dano e extensão do manancial a recuperar. Dentre as principais causas da poluição aquática, destacam-se: a erosão; excretas de animais das criações em geral; irrigação para agropecuária; drenagem de áreas urbanas, alagadas; disseminação do uso de fertilizantes e pesticidas; aterros sanitários; atividades de mineração; criação indiscriminada de reservatórios; esgotos sanitários; ausência de infraestrutura urbana para abastecimento e saneamento, como a formação, por exemplo, das valas negras, o “esgotão a céu aberto”. Há pelo menos 3 tipos básicos: a poluição orgânica: o excesso de matéria orgânica no meio, indicado pela DBO e DQO, por exemplo; poluição microbiana, a contaminação vírus e organismos patogênicos, bactérias, fungos, protozoários, nematoides; e a poluição inorgânica, que pode se originar dos nutrientes em excesso, causando eutrofização, por exemplo, ou dos compostos tóxicos, os quais podem alteram a fisiologia, e até matar, muitos organismos do meio.

63. Poluição do Ar. A atmosfera pode ser subdividida em pelo menos em 5 regiões, de baixo para cima: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera; sendo a troposfera aquela que acumula mais poluentes e seus efeitos nocivos para a sociedade humana. As atividades humanas podem representar diferentes fontes poluidoras, de acordo com o tipo de resíduo que produzem: lixo, combustível, aparelhos, bens de consumo, entre outros. Tais fontes lançam os poluentes que podem afetar diretamente a composição da atmosfera, a exemplo do dióxido de enxofre (SO2), o sulfeto de hidrogênio (H2S), os óxidos de nitrogênio (NOx), a amônia (NH3), o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4). Ou ainda, estes poluentes podem reagir quimicamente entre si, formando os poluentes secundários, a exemplo do peróxido de hidrogênio (H2O2), o ácido sulfúrico (H2SO4), o ácido nítrico (HNO3), o trióxido de enxofre (SO3), os nitratos (NO3-), os sulfatos (SO4 2-), o ozônio (O3) e o nitrato de peroxiacetila – PAN – (CH3 = OO2NO2), sendo estes dois últimos, exemplo dos mais prejudiciais à saúde humana e à vegetação em função da alta taxa de formação de radicais livres. Outros poluentes, a exemplo do SO2 e o NO2, quando se difundem na atmosfera, podem reagir com a água e formar a chuva ácida, que causa corrosão aos materiais e danos à vegetação. Os nitratos, produtos da dissociação do NOx pela água, são considerados nutrientes, mas em excesso, ocasionam a eutrofização de corpos d’ água. Algumas medidas seriam emergenciais para controlar os efeitos da poluição do ar, uma vez que seus efeitos são imediatos a extensão do problema é global. Portanto seria urgente implementar maior rigor no controle das emissões; melhoria e incentivo ao transporte público; revisão das concentrações limites de lançamento de poluentes no ar, de acordo com as especificidades da abrangência da indústria e dos poluentes emitidos.

64. Poluição do Solo. Os principais meios de poluição do solo são a lixiviação; percolação e sedimentação. Tais fatores produzem dois tipos básicos: Contaminação Pontual (local): mineradoras, instalações industriais, aterros sanitários; e, Contaminação Difusa: deposição atmosférica; reciclagens parciais de produtos; tratamentos de resíduos ineficientes. As alterações podem ocorrer na estrutura do solo: pela deposição de resíduos; migração de gases; escavação; instalação inadequada de vegetação; uso para transporte, deslocamento, caminhada. Estas perturbações estruturais modificam a capacidade de drenagem natural dos solos, repercutindo nos processos de escoamento superficial e até desencadear erosão, impactos na microbiota, na dissolução de produtos agrícolas, na qualidade das águas subterrâneas e superficiais, na paisagem, e até nas construções. Alterações também podem ser na composição química, em função da presença dos contaminantes, remoção de elementos nutricionais, alteração de pH, na disponibilidade de Oxigênio. Onde tais alterações prejudicam principalmente a absorção de água e nutrientes pelas plantas. É um problema local com extensão regional, variando efeitos de curto a longo prazos.

65. Poluição do Subsolo. Ver página sobre os Principais Problemas Ambientais.

66. Práticas Inadequadas de Irrigação. As práticas inadequadas de irrigação afetam principalmente os processos de lixiviação e erosão, levando a perda de nutrientes. Além disto, podem representar perdas significativas dos estoques de água potável dos mananciais, bem como elevar os custos de energia elétrica para a distribuição da água para o ambiente a ser irrigado. Outro efeito possível de ocorrer é o acúmulo de água parada o que propicia a reprodução de insetos vetores de doenças. É um problema local com repercussões nos curto e médio prazos, de acordo com as medidas de reparação.

67. Queimadas. Queimadas podem ter origem natural ou antrópica, por vezes a bituca de cigarro, pedaço de vidro ou lâmpada quebrada, pode dá início a um incêndio. As queimadas naturais que ocorrem nos ecossistemas adaptados a este fator ambiental, apesar dos impactos, promovem benefícios ao equilíbrio ecossistêmico, como por exemplo, o controle das espécies dominantes, altamente competidoras, na indução da germinação das sementes que estavam dormentes e na disponibilização de certos nutrientes que são mais difíceis de serem ofertados no meio terrestre, a exemplo do Fósforo. Por outro lado, as queimadas em áreas onde o fogo não é um dos fatores naturais de regulação do meio, os efeitos são deletérios. Além de exterminar parte ou todo uma população natural, seja de planta, animal, fungo ou microrganismo, a queimada pode promover alteração no regime hídrico, perda de nutrientes e bioestrutura do solo, intoxicação e adoecimento de vários organismos, além de alterações climáticas locais e regionais. É um dos principais fatores que provocam o desmatamento e seus efeitos subsequentes, ao modo de erosão e lixiviação, eutrofização, entre outros. É um problema local ou regional, com extensão de efeitos de curto a médio prazo e dependendo da recorrência da aplicação do fogo, poderá ter efeito a longo prazo.

68. Redução da Produtividade Primária. A Produtividade Primária é o processo de entrada de energia nos sistemas naturais por meio da conversão da energia radiante do Sol em energia química pela atividade fotossintética ou da energia de compostos inorgânicos pela atividade quimiossintética. A fotossíntese ocorre nas áreas iluminadas do planeta, enquanto que a quimiossíntese ocorre no fundo dos oceanos e lagos pela ação das bactérias. Os fatores de impactos que interferem na vida das algas e plantas influenciam diretamente na produtividade, pois além da luz ou compostos inorgânicos, a síntese de produtos orgânicos que constituem a base das cadeias alimentares necessita de água, de nutrientes e troca de gases em proporções específicas e adequadas as reações químicas e fisiológicas inerentes à produtividade. Deste modo, todos os impactos ou problemas listados aqui, que interfiram na qualidade das águas ou na vegetação do meio terrestre resultará em perda de produtividade primária. É um problema de curto a médio prazo, com extensão local e regional.

69. Represamentos. A construção de represas está entre as práticas comuns tanto nas áreas urbanas como nas áreas agrícolas e pecuárias como necessidade de abastecimento de água e energia elétrica. Logo, se há consumo excessivo de água ou energia haverá necessidade de mais e mais construções de represas. Além dos impactos sobre a fauna e flora que utilizam o rio sob condições lóticas (água corrente), também afeta as populações humanas que ali vivem e tiram o sustento dos rios. Dentre os maiores impactos do represamento estão a perda de biodiversidade, redução na produtividade e aumento das chances de eutrofização. É um problema local com efeitos regionais, e extensão de curto a longo prazos. Para mais detalhes ver a página sobre Represas.

70. Resíduos Industriais. São os resíduos originados de toda e qualquer atividade industrial, e que finda retornando ao ambiente. As principais fontes de matéria prima para a indústria são os recursos naturais, os quais muitas vezes retornam ao meio ambiente sob a forma de resíduos industriais das mais variadas formas, seja líquido, sólido ou gasoso. Tais resíduos não devem ser eliminados nas vias usuais de saneamento e esgoto, devem receber tratamento específico e até isolado se for o caso. Por vezes, ocorrem lançamentos clandestinos, o tratamento é ineficaz ou mesmo acidentes de transporte que fazem com que estes resíduos impactem diretamente ás áreas naturais. Os principais impactos dizem respeito a intoxicação dos seres e alterações drásticas das condições de hábitat, pois geralmente estes resíduos são tóxicos e / ou lançados em quantidades excessivas em relação a capacidade do ambiente de regenerá-los.

71. Resistência Cruzada. A resistência cruzada é o processo em que uma espécie ou grupo de indivíduos torna-se resistente a dois ou mais medicamentos ou pesticidas (herbicidas, fungicidas, inseticidas, …), em função de um mecanismo onde o organismo vai se tornando resistente a compostos similares aqueles que foram aplicados anteriormente. Ou seja, aplica-se um determinado herbicida “X” continuamente em uma área agrícola, e com o tempo as ervas invasoras na área tornam-se resistente ao herbicida “X” e também a um herbicida semelhante: “Y”. Esta resistência pode se estender e tornar as ervas resistente a vários outros compostos: “Z”, “W”, “#”… , configurando uma resistência múltipla. O mesmo ocorre em relação as aplicações de antibióticos, em plantas, animais e nos seres humanos. Portanto a resistência cruzada é um problema típico dos mecanismos de controle de doenças, parasitoses ou “pragas” das lavouras que finda aumentando cada vez mais a dosagem de modo contínuo até que não ocorra mais efeito ou tenhamos drogas superpoderosas de alto poder tóxico. De qualquer forma, os efeitos sobre a saúde dos seres são deletérios, acumulativos de longo prazos. É um problema de abrangência regional, mas disseminado globalmente pelo ainda crescente uso de agrotóxicos pela agropecuária.

72. Restrição de Hábitats. A restrição de hábitats é uma consequência direta da fragmentação e expansão das áreas urbanas, agrícolas e pecuárias. Cada vez mais as áreas naturais tornam-se menores e isoladas, com isto as populações que necessitam de amplo espaço de atividade, tornam-se inicialmente restritas a determinadas áreas e posteriormente tendem a extinção local. A restrição de hábitats está diretamente relacionada a endogamia, erosão genética e depressão endogâmica. As áreas restritas de hábitats tendem a empobrecer em termos de qualidade de recursos de sobrevivência para as espécies, tanto nas condições físicas do ambiente quanto nas cadeias alimentares. É um dos problemas mais difíceis de reverter, pois as áreas necessárias à sustentação da sociedade humana são cada vez mais crescentes. É um problema local e regional, mas de propagação global, em várias partes do globo.

73. Rompimento das Membranas Biológicas. As membranas biológicas estão entre os principais elementos estruturais de uma célula que a mantém viva, foi todo o funcionamento do sistema vivo, depende dos fluidos internos e organelas celulares realizando suas funções. Muitas substancias tóxicas, seja de medicamentos, de agrotóxicos, industriais, podem levar ao rompimento das membranas celulares e com isto a morte de muitas células. Tal efeito dependendo da estrutura do organismo afetado, leva a dizimação de toda uma população, no caso de organismos unicelulares, ou de partes, órgãos, de seres multicelulares. Não há forma de um ser vivo sobreviver sem a manutenção de sua estrutura biológica interna, por meio das membranas. As duas principais membranas são a celular, que separa o meio interno do externo, e a membrana nuclear, que protege o material genético. Além disto, várias outras organelas (estruturas internas celulares), têm a mesma composição e origem da membrana celular, de modo que os agentes tóxicos que afetam as membranas, também afetaram muitas organelas, a exemplo do Complexo de Golgi, retículos endoplasmáticos, entre outros. É um problema local, mas em função do uso generalizado de toxinas seja pela indústria farmacêutica, agrícola, alimentícia, torna-se disseminado globalmente, e possui efeitos de curto a longo prazos.

74. Ruptura da Dinâmica da Comunidade. As comunidades biológicas vivem em intensa dinâmica, tanto em função das variações das condições ambientais como em relação as atividades dos organismos, plantas, animais, fungos, bactérias. Todas as atividades dos seres envolvendo a sobrevivência e a reprodução compõe a dinâmica da comunidade, formando as cadeias alimentares, relações simbióticas a exemplo da polinização das flores, dispersão dos frutos e sementes, busca de água, abrigo e alimentos, tudo isso faz com que as espécies da comunidade estejam sempre se movimentando para sobreviver ou reproduzir. A ruptura desta dinâmica ocorre principalmente quando há uma redução ou extinção local de uma população, principalmente se ela for uma espécie-chave. Esta ruptura representa a quebra de um elo de ligação entre as espécies que compõem a comunidade, e dessa forma afeta todas as demais. As relações entre as espécies umas com as outras e com as condições ambientais, estão entre os principais fatores que mantém os ecossistemas em funcionamento, com relativo equilíbrio, por isso, da forma como temos alterado as condições ambientais e também a proporção entre as populações, por exemplo com queimadas, desmatamentos descontrolados, sobrecaça, sobrepesca, tudo isto faz com que a dinâmica seja enfraquecida, comprometendo a sustentabilidade dos ecossistemas. É um problema local e regional, com extensão de curto a longo prazo, dependendo de quanto e quais funções das espécies afetadas.

75. Sedimentação e Assoreamento. A sedimentação é a “descida”, decantação, do material em suspensão no meio aquático para acumular-se no fundo do corpo d´água. Desse modo todo corpo d´água, lêntico, de água parada, ou cuja velocidade da correnteza foi reduzida, diminuindo a capacidade do transporte de sedimentos no rio, provoca a sedimentação da carga em suspensão e de arrasto provocando quase sempre assoreamento. Desse modo, o assoreamento é o acúmulo de sedimentos no fundo dos corpos d´água, em especial daqueles de água parada, sendo, portanto, o principal problema que afeta os lagos artificiais, provocando a diminuição do volume de água utilizável, com repercussões na quantidade de energia produzida. O assoreamento tem efeito acumulativo, e tem como principal causa os desmatamentos descontrolados e em áreas de preservação permanente, aquelas à beira dos cursos d´água. É um problema que se estende por ecossistemas litorâneos, como o manguezal, a restinga e os recifes de coral, repercutindo negativamente nos estoques de pesca, pois estes ecossistemas afetados são os principais berçários de reprodução dos principais frutos do mar consumidos pela sociedade: peixes, crustáceos, moluscos, entre outros.

76. Smog (névoa poluída). Smog é uma expressão de origem inglesa, originada da junção de smoke (fumaça) e fog (neblina), representando o acúmulo da névoa poluída na camada mais baixa da atmosfera das grandes cidades. O principal efeito visual é a formação de uma neblina cinza e espessa durante a maior parte do dia, principalmente pela manhã, quando ocorre o processo de inversão térmica. Ou seja, a camada de ar mais fria, que deveria se dissipar com a chegada do Sol, permanece nas partes mais baixas da atmosfera, retendo os poluentes do ar. Nas cidades onde o smog é comum as pessoas tendem a sofrer com problemas respiratórios, irritação na garganta, nos olhos e nas narinas, de imediato, vindo a desenvolver outras doenças ou complicações com o tempo. Esta névoa pode se prolongar por dias, e até prejudicar o tráfego aéreo de aviões e helicópteros, e terrestres, provocando acidentes e congestionamentos. Os principais grupos afetados são os idosos e crianças em função da sensibilidade respiratória. É um problema local, de efeito imediato, mas que pode deixar sequelas de longo prazo.

77. Sobrecaça. A caça é perseguição de outro animal: mamífero, ave ou réptil, com o objetivo do abate, em geral, visando à alimentação. Basicamente, existem 3 modalidades de caça: a de subsistência (sobrevivência); a Desportiva (esportiva); e a Furtiva, que é a caça ilegal, e pode visar a alimentação, o capricho, comércio, ou qualquer outro proveito obtido de contravenção. A sobrecaça é a caça excessiva de determinada espécie ou grupo de espécies, onde as populações reduzem drasticamente, levando a extinção ou à depressão endogâmica. O caso da Vaca-marinha-de-Steller, ocorrido no século XVIII, levou a extinção desta espécie de grande porte, lerda e não agressiva, em pouco mais de 2 décadas. No caso da Lontra-marinha, houve uma redução de sua população em cerca de 90%, quando as primeiras leis de proteção da biodiversidade surgiram, houve uma recuperação gradativa de sua população. Esta espécie passou pelo chamado Efeito Gargalo, que é a quase extinção por depressão endogâmica, mas com posterior recuperação da população a um nível autossustentável.

78. Sobrepesca. A pesca é uma forma de extrativismo de organismos aquáticos, em sua maioria, peixes, crustáceos, moluscos entre outros invertebrados considerados frutos-do-mar. Tal termo não se aplica aos mamíferos e répteis aquáticos, aos quais se utiliza o conceito de Caça. Tal qual a caça, a pesca além do objetivo da alimentação, também pode ser utilizada como atividade esportiva, recreativa, comercial (incluindo aqui as espécies ornamentais), além dessas modalidades existem as atividades ilegais de pesca, principalmente em época reprodutiva, quando deveriam estar em defeso. Os casos mais conhecidos de sobrepesca são do Bacalhau, Arenque e Sardinhas, pescados excessivamente durante o século XX. As leis internacionais atuais e as específicas de cada país tem ajudado a controlar a sobrepesca, mesmo assim o Bacalhau, o Atum e o Peixe-espada ainda sofrem com isto.

79. Supercarnivoria. O consumo excessivo de carne está associado diretamente a 3 grandes problemas ambientais: ao Aquecimento Global, em função da liberação de gases de Efeito Estufa durante o processo digestório do gado, principalmente Gás Carbônico (CO2) e Metano (CH4); ao Desmatamento, uma vez que a maio parte da pecuária ainda é extensiva, exigindo extensas áreas para o manejo do pasto; a Compactação do Solo, o gado é um dos principais agentes de compactação do solo, o qual perde a capacidade de aeração e disponibilização de nutrientes, exigindo mais investimentos de manejo e reposição com fertilizantes. Além desses fatores, há os problemas secundários relacionados ao consumo de carnes, como as necessidades de transporte pesado para o gado e seus insumos, resíduos da indústria de ração e dos abatedouros, principalmente sobre os mananciais.

80. Superpopulação. O desenvolvimento de superpopulação é um problema em quaisquer que seja o hábitat o ecossistema, haja vista o exemplificado sobre eutrofização e marés vermelhas. Isto não seria diferente com a população humana. A superpopulação humana envolve não somente uma necessidade de espaço competitivo uns sobre os outros e com as demais espécies dos ecossistemas, mas também, e principalmente, no que diz respeito ao consumo de recursos alimentícios. Quanto maior a população maior será a necessidade de espaço e satisfação das necessidades básicas de consumo. No entanto, um fator agravante neste processo é que somos uma população (superpopulação), essencialmente tecnológica, e tecnologia envolve maior consumo de recursos (matéria-prima) para poder haver produção em massa dos bens de consumo tecnológicos, a exemplo dos sistemas de energia, de comunicação, de transporte de casa, escritório, em tudo, utilizamos em boa parte da população, uma gama variada de recursos tecnológicos. Por isso, a superpopulação humana, representa um conjunto de superpopulações, em função do nível de consumo de bens tecnológicos.

81. Terrorismo. O terrorismo é uma forma sistemática e dogmática de impor a vontade de um grupo ou ideologia pelo uso do terror, ou seja, utilizando-se de recursos armados, explosivos que sejam danosos as pessoas e ao ambiente. Além do impacto direto sobre o ambiente onde ocorre os recursos utilizados para fabricar os armamentos tem forte impacto sobre o ambiente, pois geralmente depende de extrações minerais ilegais ou desviadas dos usos militares. O terror já é por si só uma expressão de desequilíbrio, tanto na mente das pessoas quanto no ambiente que ocupam. Podemos considerar que seria uma forma extrema de patologia derivada da poluição mental humana.

82. Toxinas. Além dos agrotóxicos, muitas outras toxinas afetam o ambiente impregnando as teias de relações entre os seres vivos e se acumulando nos ecossistemas, sendo que muitas vezes retornam ao ser humano por meio da bioacumulação em organismos consumidos. As indústrias emitem resíduos sobe diferentes formas, efluentes, fumaça, rejeitos sólidos e além disto, boa parte dos produtos que consumimos estão envoltos por embalagens concentradas de toxinas. Dentre os principais elementos tóxicos que nos afligem, temos o Chumbo – provenientes de atividades de mineração e disseminação das baterias elétricas; os resíduos nucleares (radionuclídeos), originados de atividades de produção de energia, da medicina nuclear, entre outros; Mercúrio, proveniente de atividades industriais ou de mineração; Cromo, utilizado na indústria de couro; Cádmio, empregado na mineração, principalmente para suprir a indústria do zinco; Dioxina, um dos principais resíduos da queima de compostos orgânicos, principalmente os presentes nos lixos, a exemplo de plásticos.

83. Transmissão de Doenças. A transmissão de doenças como efeito dos impactos ambientais ocorre em função da alteração das populações de espécies vetores, as quais, após os impactos, foram favorecidas e aumentaram em número significativamente. Em geral, este favorecimento decorre da ausência de predadores, por extinção local, redução dos competidores ou até pela alteração das condições físicas do meio que favoreceram as populações de vetores e / ou dos agentes patogênicos. Por exemplo, o lançamento de esgoto nos corpos d´água favorecem a proliferação excessiva de bactérias e em seguida ocorrem as alterações nas condições físicas e químicas da água, como a redução da disponibilidade de oxigênio e elevação da turbidez, e por onde ambos os fatores contribuem para a redução da fotossíntese e fornecimento de recursos para a cadeia alimentar do Ecossistema.

84. Transposição de bacias. Bacia Hidrográfica é uma área de drenagem correspondente ao curso de água de determinada região geográfica, ou seja, o conjunto de terras pelas quais ocorre a drenagem da água das chuvas, até a parte mais baixa do relevo, que corresponde a presença do curso de água. Cada bacia tem suas características particulares de altitude, constituição do solo e rochas, variações de relevo, os quais em conjunto irão favorecer a presença de determinadas espécies e configuração de hábitats específicos, como por exemplo os banhados que se formam nas partes mais baixas, ou fontes intermitentes que surgem nas encostas de morros. Toda área dos lados do curso de água, possui uma porção de terra mais alta, na medida em que caminhamos nos afastando do curso d´água, nesta linha de altitude mais alta é onde ocorre o divisor de águas, a partir do qual metade da água que precipita vai para um curso e a outra metade para outro, de outra bacia. A transposição de bacia, visa romper estes divisores de água, visando atingir bacias com menor retenção. A tentativa mais conhecida no Brasil, é a transposição do Rio São Francisco. Em outras regiões onde já foram realizadas tais obras, os principais problemas que surgem, além dos elevados custos da obra, é a perda de água por evaporação e absorção do solo, redução da velocidade de correnteza, muitas vezes favorecendo a proliferação de vetores. Também reduz a vazão da água na bacia original podendo reduzir os estoques de pescado. É um problema local ou regional, com efeitos imediatos a longo prazo.

85. Vazamento de óleo e combustíveis. O Petróleo ainda é a principal fonte de energia para motores a combustão. O Petróleo é um produto orgânico, altamente concentrado em compostos de carbono. Quando há vazamento de Petróleo, óleo, ou seus derivados, a alteração no ambiente é imediata. Além de aumentar drasticamente a concentração dos compostos orgânicos, os quais o ambiente está adaptado a absorver gradual e lentamente, o vazamento pode levar a intoxicações de vários organismos, além de impermeabilizar membranas e estruturas de trocas gasosas, provocando mortandade de vários grupos de organismos. É um problema imediato e que pode levar a consequências de médio-prazo no ambiente, considerando que medidas de limpeza serão implementadas de imediato. Em geral, é de efeito de longo prazo.

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